Recurso eletrônico está a serviço da péssima arbitragem tupiniquim. Foto: Fernando Torres/CBF

Recurso eletrônico está a serviço da péssima arbitragem tupiniquim. Foto: Fernando Torres/CBF

Quando penso no VAR versão Brasil fico imaginando como seria o uso do arsenal nuclear da Coreia do Norte. Desconfio que se os norte-coreanos mirassem Londres, o artefato disparado acabaria acertando algum inocente elefante em uma floresta do Quênia ou, quem sabe, um galante boto em plena operação de sedução em rio amazônico. VAR operado por especialista brasileiro é assim. E, para piorar, ele está a serviço da péssima arbitragem tupiniquim.

Aliás, a juizada brasileira não é apenas péssima. É constrangedora. Tanto no gramado, quanto na cabine do VAR. Antigamente, lá pelos sombrios tempos da ditadura, os militares inventaram um programa chamado Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização, direcionado a adultos que não sabiam ler ou escrever. Pois bem. Por mais que eu abomine aqueles tempos, talvez devêssemos criar um similar do Mobral para ensinar adultos que apitam partidas de futebol a entender as regras do jogo e o protocolo da tecnologia que deveria estar ao lado deles.

Mas ainda bem que o final de semana também teve futebol de bom nível. O Flamengo venceu bem o Grêmio em versão genérica e é, de fato, o único em condições de impedir que o Brasileirão se torne um Paulistão. Por mais que faça ótima campanha até aqui, não creio que o Galo tenha fôlego para brigar pelo título. Entre as novidades deste Atlético Mineiro está o promissor técnico Rodrigo Santana. Estudioso e nada afetado.

O Tricolor paulista ganha musculatura. Até Pato jogou bem no San-São. Não é exagero dizer que o São Paulo teve a melhor semana na década. Apresentou Daniel Alves, depois Juanfran e ainda venceu um clássico. Não foi pouco. Do outro lado, Sampaoli, melhor técnico do campeonato até aqui, precisa entender que poupar por poupar Victor Ferraz é coisa digna do Professor Pardal que comandou a Argentina na última Copa. Perdeu nas duas vezes em que fez isso no Brasileiro.

O Palmeiras perdeu a chance de encostar mais pela indesculpável e irresponsável expulsão de Felipe Melo do que pelo mau uso do VAR inimigo. E o pior jogo da rodada ficou mesmo reservado para Porto Alegre. Um Internacional sem inspiração, contra um Corinthians retrancado. Professor Carille terminou a partida com 4 marcadores no meio-campo – Gabriel, Urso, Matheus Jesus e Ramiro. Achou normal o festival do medo. Um Woodstock da retranca e dos volantes.

Fábio Piperno (twitter @piperno)

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