Não é surpresa pra ninguém que gosta da memória do futebol que o Brasil foi tricampeão do mundo em 1958, 1962 e 1970.

Não é surpresa pra ninguém que gosta da memória do futebol que o Brasil foi tricampeão do mundo em 1958, 1962 e 1970.

Não é surpresa pra ninguém que gosta da memória do futebol que o Brasil foi tricampeão do mundo em 1958, 1962 e 1970. E também não surpreende que a primeira vez que a Seleção Brasileira chegou a uma final foi na primeira realizada em nosso país, em 1950, perdendo a final para os uruguaios. Muitas gerações de jogadores passaram, além de técnicos, dirigentes e muitos outros, mas apenas um esteve presente em todos esses grandes momentos, estando presente em 7 Copas do Mundo. Trata-se de Mário Américo, o maior massagista do futebol brasileiro de todos os tempos.
Nascido na cidade de Monto Santo (MG) em 1912, morava em uma fazenda e com apenas 8 anos resolveu fugir de casa, indo morar com um primo no Rio de Janeiro, com o objetivo de melhorar a sua vida. Como não deu certo decide ir morar em São Paulo com outro primo, que se chamava Malquiades, tentando trabalhar como auxiliar de mecânico e baterista de jazz, não se dando bem.
Retorna ao Rio de Janeiro, arriscando a lutar boxe, chegando a tomar uma surra, levando-o à mesa de cirurgia do Madureira. O médico do clube, Doutor Almir do Amaral, aconselhou-o a parar, já que era muito valente e poderia se prejudicar de vez. Como o massagista do clube estava prestes a se aposentar, convidou-o para "assistir? algumas aulas de Educação Física, já que não tinha completado o Ginásio, iniciando-se, assim, a sua história na profissão que o consagraria em definitivo.
No início dos anos 40 o Madureira tinha um grande time, com destaque para o trio formado por Lelé, Isaias e Jair Rosa Pinto, conhecidos como Os Três Patetas. O Vasco da Gama contratou os três, indo Mário Américo pouco depois. Formava-se assim o melhor Vasco de todos os tempos, o futuro Expresso da Vitória, sagrando-se campeão carioca em 1945, 1947 e 1950/51, além do campeonato sul-americano de 1948. Tem oportunidades no ano de 1949 é considerado para ser massagista da Seleção Brasileira no Sul-Americano, vencido pelo Brasil na sua própria casa, sendo o segundo massagista, já que o Johnson era o principal.
Pouco tempo depois é contratado pela Portuguesa de Desportos, após uma briga ocorrida entre os jogadores lusos e vascaínos, quando entra na confusão e acerta um soco no presidente da Portuguesa, Doutor Marcos Augusto Izaías, sem saber quem era.
Meses depois coincidentemente os dois times estavam hospedados no mesmo hotel e o lateral-direito Djalma Santos comentou o presidente da Lusa que Mário Américo era o que havia lhe dado o soco, ajudando na sua contratação, pois afirmou que o clube precisava de homens valentes como ele. Passou então por uma outra grande fase em um time, já que o time paulista possuía um dos melhores esquadrões do futebol brasileiro, conquistando títulos no exterior e o Torneio Rio-São Paulo de 1955.
Na Copa do Mundo de 1954, na Suíça, volta a participar como auxiliar de Johnson, participando da histórica Batalha de Berna, quando os brasileiros, após serem eliminados pelos húngaros, se envolveram numa grande briga campal. A Hungria tinha a melhor seleção do mundo, mas perderia a final para a Alemanha.
Quando o Brasil vence em 1958 sua primeira Copa do Mundo, Mário Américo passa a ser o massagista principal, entrando para a história pelos seus grandes métodos, recuperando muitos jogadores. Na decisão chega perto do Rei da Suécia e chama-o de King, como se tivesse muita intimidade com ele. E teve também a famosa história de ter pegado a bola da decisão a pedido do dirigente Paulo Machado de Carvalho, com ninguém conseguindo alcançá-lo. Ficou conhecido pelo apelido de Pombo Correio. Em um banquete sueco foi exigido a bola, então lhes foi cedido uma cópia, sendo que a original está até hoje na Federação Paulista de Futebol.
Nas Copas do Mundo de 1962 e 1966 fica marcado por suas imagens tentando recuperar Pelé, que se machucou em ambos os mundiais.
Em 1970 foi fundamental em convencer o Rei do Futebol a participar da Copa do Mundo do México, a do tricampeonato, pois estava desmotivado. E tiveram uma grande contribuição para tão importante conquista. Nocaute Jack era o segundo massagista, assumindo depois o posto oficial.
E na sua última, a de 1974, na Alemanha, foi muito procurado por lá, devido à sua longa experiência e métodos. Chegou a declarar que tinha condições que disputar mais duas Copas do Mundo, mas já estava cansado das viagens.
Mário Américo tinha uma clínica no bairro do Imirim. Em 1976 foi eleito vereador em São Paulo.
Faleceu em 1990, deixando um valoroso legado.
Mário Américo Neto, que já tive a oportunidade de entrevistar para o Blog Futebol de Todos os Tempos (FTT), segue os passos do avô. Em abril de 2010 realizou uma exposição dele na Bienal conhecida como Universo do Futebol. Devido à boa imagem que o avô deixou na Alemanha, conseguiu no ano de 2011 uma oportunidade de fazer um estágio na cidade de Regensberg, experiência fundamental na sua carreira. Já trabalhou com o Doutor Osmar de Oliveira.
Na terça-feira, 03 de setembro de 2013, Mário Américo Neto realizará mais uma exposição sobre o seu expressivo avô. O evento ocorrerá as 19h30 na Rua Franklin do Amaral, número 1575, esquina com a Avenida Conselheiro Moreira de Barros, na cidade de São Paulo.

Imagem: @CowboySL









Maurício Sabará e Mário Américo Neto

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