Na infância e na juventude, eu sempre ouvi muito a rádio Jovem Pan. Uma vez cheguei a escrever e a comentar com seo Tuta (o dono) que era a minha rádio de coração quando garoto. Não foi para fazer média, até porque já tinha saÃdo há um bom tempo da emissora. Até hoje não entendo o motivo, mas deixa pra lá. Desde menino, uma das vozes que mais me chamava a atenção era a de Israel Gimpel (foto Aceesp e também publicada no www.miltonneves.com.br). O repórter carioca, especializado em cobrir a CBF, com sede então na rua da Alfândega, era sinal de credibilidade.
Era respeitado pelos ouvintes e companheiros. Tal coisa não é para qualquer profissional. Afinal, neste meio é muito difÃcil agradar tanta gente. Principalmente porque a inveja é grande. Mas Israel parecia estar acima do bem e do mal. Era uma figura daquelas quase intocáveis. Quem atirava uma pedra no carioca certamente não o conhecia direito, nem profissionalmente e muito menos pessoalmente.
Israel poderia entrar no time das figuras mais queridas da crônica esportiva. E aà jogará ao lado de Fiori Giglioti, Mauro Beting, Celso Unzelte, Cláudio Zaidan, Roberto Oliveira (produtor da Pan) e alguns outros poucos que não colecionaram ou colecionam inimigos em suas brilhantes carreiras. O que é raro!
Falava muito com Israel nos tempos de "No Pique da Pan". Era produtor do programa apresentado por Wanderley Nogueira. Ele contava muito sobre os bastidores do futebol carioca, revelava histórias sensacionais. Acho que as principais não posso publicar. Israel, no céu, ficaria bravo comigo.
Apesar da distância, eu sempre o considerei uma pessoa amiga. Ele me ligou quando soube de minha saÃda da Jovem Pan em 2000. Disse-me que eu tinha sido injustiçado. Mas não quis falar mais nada. Ele apenas me disse, com seu notável sotaque: "Rogerinho, você é um menino bom. Não precisa saber agora quem lhe puxou um tapete. Vai aprender muito ao longo da sua carreira. Não vou lhe envenar com nada", comentou.
Essas palavras nunca mais saÃram de minha cabeça. Liguei algumas vezes para Israel. A principal quando soube através de seu sobrinho, o também repórter Sérgio Orind, da batalha que ele já travava contra câncer. Ele apenas me disse que ficava feliz por eu ter conseguido vencer profissionalmente. Depois, sempre mandava recados ao bom Israel através de Orind, outra pessoa de grande coração.
Israel tinha presença importante no programa "No Mundo da Bola", apresentado aos sábados por Flávio Prado. Tenho orgulho também de ter feito parte desse time, com boletins da Argentina. Israel, claro, falava do que acontecia no Brasil. O rádio e o Brasil que ficam mais tristes, mais carentes com a morte de Israel no último dia 12. Mas ele deve ter sido muito bem recebido por grande amigos no céu, entre eles Natal Baldini (ex-operador da Pan). E, lá, certamente continuará contando muitas e muitas deliciosas histórias.
Acima, Wanderley Nogueira, Edemar Annuseck e Israel, em 1995. A foto do arquivo pessoal do narrador Edemar Annuseck e também está na seção "Que Fim Levou", criada por este blogueiro, no www.miltonneves.com.br
OBS: Só não publiquei minha foto com Israel neste espaço porque ainda não tive tempo de pegá-la na casa de minha mãe Aurea, também fã do repórter carioca e a maior ouvinte da história da Rádio Jovem Pan, tenho certeza.
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