Foto: Ivan Storti/Santos FC

Foto: Ivan Storti/Santos FC

Ariel Holan não pediu demissão do Santos por causa dos rojões soltos por vândalos em frente ao prédio onde morava. É evidente que o ato dos desocupados merece o repúdio de quem tem um mínimo de bom senso.

Não foi a primeira vez que estes sujeitos, massa de manobra de dirigentes tão inescrupulosos quando eles, espalham o terror. E, o que é mais lamentável, seguem impunes. Eles têm o incentivo de quem se esconde nos bastidores e torce para que a gestão de plantão naufrague.

É a luta pelo poder.

Em plena vigência no Santos.

Ainda que o mandato de Andrés Rueda esteja apenas no início.

Mas, voltando ao Holan, o barulho feito nas imediações de seu prédio pode ter servido de argumento para que ele voltasse à Buenos Aires.

Mas não foi o motivo principal.

Na verdade, Ariel percebeu que o Santos que assumiu não era o mesmo Santos que ele viu chegar à final da Libertadores da América.

Sem Lucas Veríssimo, vendido ao Benfica, e Diego Pituca, que foi para o Kashima Antlers, do Japão, o time ficou fragilizado demais. Com o anúncio da venda de Soteldo ao Toronto, do Canadá, Holan resolveu não pagar para ver.

Os rojões em plena madrugada na frente de seu prédio foi o sinal de alerta que precisava para pedir para sair.

Afinal, um elenco que já era fraco em técnica e em experiência, recheado de garotos, que não se destacaram nas categorias de base, mas foram promovidos ao time principal por necessidade, para preencher lacunas, e, principalmente, porque o clube, punido pela Fifa, estava impossibilitado de contratar, estava perdendo também um de seus raros destaques: Soteldo.

Quando foi contratado, Ariel Holan ouviu de Andrés Rueda que o Santos não iria vender mais nenhum destaque da equipe.

Com Marinho em péssima fase – faz tempo que não consegue colocar em prática a sua maior arma, o chute, e vive mais deitado no gramado do que em pé -, Ariel Holan não enxergou boas perspectivas no grupo de jogadores novatos que ficou à sua disposição.

E, experiente, Holan percebeu também que o Santos ferve politicamente. E que não teria a tranquilidade que precisava para dar potencializar um time de cheio de meninos.

Andrés Rueda enfrenta a primeira grande crise de sua gestão. A oposição já se movimenta nos bastidores. 

Orlando Rollo, o ex-vice, que ocupou durante três meses o lugar de José Carlos Peres, excluído do cargo, após processo de impeachment, dá sinais de que quer concorrer à presidência na próxima eleição, em 2023.

Policial Civil e ex-integrante da Torcida Jovem, Rollo tem muita influência na torcida organizada da qual fez parte. 

Entre os “torcedores” que soltaram rojões em frente ao apartamento de Holan, muitos eram da Torcida Jovem.

O modo de agir das chamadas torcidas organizadas do Santos não é diferente de suas similares de Corinthians, São Paulo e Palmeiras, só para ficar no futebol paulista.

Mesmo Com uma dívida estimada em R$ 700 milhões, o Santos desperta interesse de muitos candidatos à presidência.

Andrés Rueda, eleito com 3.936 votos, contra 1.171 votos de Rodrigo Marino, o segundo colcoado, terá empreitada árdua pela frente.

Além de tentar tirar o clube do atoleiro financeiro, terá de enfrentar as manobras rasteiras de quem quer o poder a qualquer custo.

 

 

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