João Henrique Marques
Do UOL, em Paris
Presidente, treinador, sala de imprensa lotada, com jornalistas franceses e estrangeiros, e a falta de estrutura de quem está acostumado com situações mais modestas. Paulo Henrique Ganso foi apresentado em Amiens, na tarde de sexta-feira, como o maior reforço da história do clube. Um dia de glória que lembrou repercussões vividas pelo gigante Paris Saint-Germain. Uma prova de que a passagem do camisa 8 pelo pequeno francês será seguida de perto, reforçando o plano de transferência após cumprir a temporada de empréstimo concedida pelo Sevilla.
De acordo com apuração do UOL Esporte, Ganso forçou a barra no Sevilla para aceitar a proposta de transferências recebidas por Espanyol e Alavés, ambos da Espanha. O desejo esbarrou na decisão do time andaluz de não reforçar rivais do país. Assim, o camisa 8 escolheu a transferência ao Amiens pela garantia concedida por todos ao seu redor: a de jogar quando quiser.
A tão esperada sequência de jogos no futebol europeu após duas temporadas encostado no Sevilla é o argumento para provar a condição ainda vendida por si mesmo de jogador de primeiro escalão mundial.
"Estou em uma liga forte (Campeonato Francês) e tranquilo sabendo que vou atuar. Aqui tenho espaço para alinhar minha força com a qualidade técnica", promoveu Ganso em sua apresentação.
"Não importa o tamanho da fama, mas se precisar mudarmos a maneira de atuar em campo, vamos aceitar. É para o crescimento de todos, do time. Vamos dar o máximo possível para o Ganso recuperar a forma física", disse o treinador do Amiens, Christophe Pélissier, reforçando a grandeza do brasileiro no clube.
Ganso não faz mais ideia de que clube de elite na Europa que possa o aceitar como um meia titular e com contratos longos. Só que a confiança de que o prestígio passado será recuperado é grande. O futebol brasileiro, com propostas confirmadas por ele mesmo de Grêmio, Santos e São Paulo, não o convenceu.
"Preferi seguir na Europa com o plano de mais minutos. Ainda tenho o que provar por aqui", justificou.
O dia de PSG do Amiens
São mais de 30 jornalistas na sala à espera de Ganso. Veículos dos mais renomados na França com a televisão TF1, os jornais Le Monde e L´Equipe e a radio Europe 1. Jornalistas brasileiros, ingleses e espanhóis também marcaram presença. O Amiens jamais viveu algo similar.
O pequeno clube conta apenas com um título da terceira divisão, conquistado em 1978, no currículo. A falta de estrutura para apresentação de jogadores tão midiáticos como Ganso é compensada com um tratamento gentil.
Não há sequer um microfone para que perguntas sejam feitas. A vez é de quem levantar primeiro a voz. Como nenhum limite de questões aos jornalistas também é feito, alguns franceses aproveitam.
"Ganso, qual a razão do apelido?"; "Ganso, você falou com o Neymar, vai visitar ele em Paris?", "Ganso, você já viu algum jogo do Amiens?", disputam perguntas os franceses. A simpática entrevista conta com a tradução emergencial de uma brasileira, Joana Rangel. Historiadora, ela mora em Amiens e ajuda o presidente do clube, Joannin Bernard, em dias de jogos.
"Eu conheço ele (Joannin Bernard) e ele mesmo me chamou para ajudar. Não faço tradução. Mas ficou claro que haveriam vários jornalistas franceses e que o Ganso ainda não sabe falar nada de francês. Seria complicado", comentou Joana.
O complicado trabalho da "tradutora" com respostas longas de Ganso a levou até ao erro de compreensão. A razão do apelido do brasileiro foi explicada de maneira equivocada aos franceses.
"No Santos tinha um roupeiro que chamava qualquer jogador novo de Ganso. Era uma brincadeira para falar que o jogador era ruim. Aí eu fazia gol, e falavam: mais um gol do Ganso. Eu gostei do apelido", disse Ganso.
"O Paulo Henrique falou que Ganso tem o mesmo significado que roupeiro no futebol no Brasil. Ele era apelidado de Ganso e de roupeiro também", explicou de maneira confusa em francês.
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