Na edição de abril da Revista Placar, Milton Neves escreveu em sua coluna "Causos do Miltão" sobre um caso de racismo envolvendo o ex-jogador Badeco, da Portuguesa, ainda na infância e de um colega de escola, em Santa Catarina.
Em maio de 2012, a filha de um dos envolvidos mandou um e-mail emocionada descrevendo a emoção do pai ao ler a coluna.

Veja abaixo o email de Flávia de Almeida
"Meu pai Sr. Norival de Almeida, estava no barbeiro lendo:PLACAR-Abril/2012, pag.33 - Causos do Miltão, por Milton Neves - Historias Incríveis - Entrosados?. Pediu a resvista emprestada, chegando em casa c/altas gargalhadas dizendo a nós(filhos e Esposa): isto é verdade sim, só era nós dois de negros na sala e quem foi mandado para o fundo da classe foi eu(Nori)como me chamavam e o Badeco e não Toninho. Esta professora se chamava Sra. Julia." Com todo o respeito Sr. Milton Neves, apenas me senti no desejo de corrigir o nome de um dos personagens corajosos desta historia que é: Nori e Badeco, pois meu pai mesmo tendo seu nome trocado, se sentiu feliz, por lembrar desta historia. Agradeço por abrir este espaço. Sem mais, Flávia de almeida filha de Norival de Almeida ( NORI)


Resposta de Milton Neves
Ah, Flávia, meu amor, perdão pelo "Toninho", mas você me emocionou.
Te amo  e beijos no Seo Norival.

Leia abaixo a história contada na página de Badeco (clique aqui) na seção "Que Fim Levou?"

Em 1953, quando era aluno do grupo escolar alemão Germano Timm da loira e linda Joinville (SC), onde nasceu, Badeco foi vítima de violento assédio moral de profundo constrangimento. Sentado em sua carteira e atento à aula, assim como outros 30 alunos, sendo dois negros, ele e o amigo Nori (Norival de Almeida)_ e 28 meninas e meninos branco, a maioria loiros e de olhos azuis_, o menino Ivan, hoje apelidado de Badeco, foi inesperadamente expulso da sala de aula, juntamente com o amigo Nori, outro único negro da classe. O motivo? É que, de costas para a sala de aula, a austera professora de origem alemã escrevia na lousa e, de repente, ouviu-se um barulhento pum.
Foi apenas um pum e mesmo sem saber quem tinha sido, já que estava de costas, a professora resolveu me expulsar da sala juntamente com o Nori. Como ela poderia saber quem tinha sido? Eram 30 alunos na sala! Mesmo assim, a senhora disse: Pra fora você e você. E uma menina ainda a indagou. Professora, só foi um pum, por que dois são expulsos da sala? E a professora respondeu: É que eles (Badeco e Nori) fizeram ao mesmo tempo. E o curioso é que os dois únicos meninos negros sentavam-se nos extremos da sala de aula, portanto bem distantes um do outro. Como poderiam ter tamanho entrosamento? Nem Pelé e Coutinho! A história pegou muito mal na escola e na cidade e a professora foi obrigada a se retratar no dia seguinte.
Os diretores do grupo escolar também pediram desculpas às famílias. Nunca me esqueci disso, conta Badeco.

Matéria publicada em 31 de março de 2012
Clique aqui duas vezes e veja a coluna de Milton Neves na Revista Placar

Clique aqui e veja a página de Rodolfo Rodríguez na seção "Que Fim Levou?"

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