Nem Pelé ou Rivellino.
Nem Messi ou Cristiano Ronaldo.
Se alguém me perguntasse: “e aí, Tufano, qual jogador de futebol você gostaria de ser?”.
Sem titubear, responderia que queria ser Emerson Sheik.
Eu queria ter marcado aqueles dois gols contra o Boca Juniors no Pacaembu com a tranquilidade de quem está jogando uma pelada.
Queria correr para os braços da Fiel e falar: “aí está o que vocês tanto sonharam. O que vocês sempre desejaram”.
Hoje, 4 de julho de 2023, faz 11 anos de um dos dias mais incríveis da minha vida.
Não consegui ingresso para ir ao Pacaembu.
Fui ao Anhembi assistir ao jogo ao lado de 30 mil corintianos.
30 mil corintianos e, quando me ajeitei em um lugar, olhei para o lado e lá estava, sem combinar absolutamente nada, Jefferson Tufano, meu primo.
Coincidência?
Foi o Ayrton, pai dele, que teve a ousadia de me dar uma camisa do Corinthians, a minha primeira de tantas, em uma família repleta de italianos palmeirenses.
Ayrton, já faz tempo, não está entre nós.
Aos 40 minutos do segundo tempo, quando os 2 a 0 já estavam consolidados, Jefferson me abraçou e chorou como uma criança. E eu também.
E ele me disse: “queria que meu pai estivesse aqui”.
Ele estava.
Ele está.
E tenho certeza de que vibrou como a gente, Jefferson, a cada um dos dois gols de Emerson Sheik, o nosso herói daquela noite e de uma vida inteira.
Obrigado, Sheik.
Obrigado, Ayrton, pela primeira camisa de um dos grandes amores da minha vida.
E obrigado, Jefferson, por ter compartilhado comigo um momento único.
E saiba que aquele nosso abraço no final do jogo não foi duplo. Foi uma abraço triplo.
Eu, você e o nosso querido Ayrton.
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