por João Antonio de Carvalho

As participações das equipes brasileiras no Mundial de Ginástica Artística, em Doha, no Catar, foram na média do que já era esperado, mas após os resultados dos classificatórios deu para sonhar em ir mais longe, principalmente no feminino.

O time masculino, formado por Arthur Zanetti, Arthur Nory, Caio Souza, Chico Barreto e Lucas Bittencourt, até que fez uma boa fase classificatória, terminando na sexta posição, resultado alcançado no último mundial e na Olimpíada de 2016.

A melhor participação foi no salto (43.333), seguido pelas barras paralelas (42.332) e pelas argolas (42.299). O grande problema foi novamente o cavalo com alças, onde a nota de 36.966 foi muito inferior aos demais finalistas.

Na final, disputada na segunda-feira, somente nas argolas a equipe manteve o mesmo nível, até melhorando a nota (42.899). No salto e nas paralelas notas piores (42.057 e 39.674) e uma queda de Caio Souza nesse último aparelho.

Na barra fixa novamente apresentações abaixo do que era esperado, recuperação no solo, mas no cavalo uma queda de Arthur Nory e participações discretas de Lucas e Chicão derrubaram o país para o 7º lugar, sendo ultrapassado pela Suiça.

A China ficou com a medalha de ouro, a Rússia ficou em segundo e o Japão em terceiro. À frente do Brasil ainda os Estados Unidos, em 4º, e a Grã-Bretanha, em 5º.

Individualmente o destaque foi Arthur Zanetti, que se classificou como segundo melhor para a final das argolas, e Caio Souza, que vai participar das finais de salto e individual geral. A vaga direta para Tóquio 2020 não veio, mas a equipe mostrou que pode crescer e garantir sua vaga no Mundial de Stuttgart, em 2019.

A equipe feminina, formada por Jade Barbosa, Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira e Thaís Fidélis, fez uma fase classificatória melhor ainda, terminando na quinta posição.

Manteve a tradição de boas notas no salto (43.532) e no solo (40.233), foi abaixo do que se esperava na trave (37.932) e surpreendeu nas assimétricas (40.832), pior aparelho para a equipe nacional.

Na decisão o Brasil começou com as apresentações na trave e mesmo com uma queda de Jade Barbosa aumentou a nota (38.366). Na sequencia veio o solo e a boa média foi mantida, com 40.133.

Nesse momento o país estava brigando em cima e essa confiança só aumentou após a bela nota no solo (43.666). A equipe estava em terceiro, mas sabia que o último aparelho, as barras assimétricas, seria o principal problema.

E não deu outra, Jade foi muito mal, Flavinha também e a queda de Rebeca Andrade fez o time cair para a sétima colocação, atrás da campeã Estados Unidos, com Simone Biles, a vice Rússia, a terceira colocada China, e ainda Canadá, França e Japão.

A participação ainda não acabou, já que Jade Barbosa e Flávia Saravia ainda vão disputar a final do individual geral e Flavinha também estará no solo. A exemplo do time masculino, ainda não deu pra garantir vaga para Tóquio mas ela deverá vir em 2019.

Apesar da melhora nos últimos anos, que rendeu três medalhas no Rio 2016, o Brasil ainda passa longe de ser uma potência e vive muito de nomes que estão na estrada há muito tempo, como Zanetti e Jade.

Mas a renovação já trouxe caras novas, principalmente para a equipe feminina. É um esporte onde o psicológico é muito importante e esse mundial mostrou que sob pressão a maioria do time ainda sente, principalmente nos momentos decisivos. É Um ponto a ser consertado.

De resto parabéns pela participação, pelo ineditismo de chegar no último aparelho brigando por pódio e boa sorte para Stuttgart, em 2019, quando acredito que as duas seleções vão se classificar para 2020.

Fotos: Divulgação/Confederação Brasileira de Ginástica

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