Valdivia durante treino da seleção do Chile

Valdivia durante treino da seleção do Chile

Danilo Lavieri
Do UOL, em São Paulo

Em busca não só de uma vaga na Copa do Mundo, mas também de uma reafirmação pessoal, Valdivia pode concretizar a sua volta por cima no futebol na próxima terça-feira, no Allianz Parque, contra a seleção brasileira.

Quis a história que o meia jogasse naquela que chamou de segunda casa (ele tinha até um camarote) por muito tempo o jogo que ele mesmo considera o mais difícil da história da sua seleção. Um empate contra os brasileiros encaminha a vaga ao menos na repescagem, especialmente porque Peru e Colômbia, adversários diretos, se enfrentam, e Paraguai tem saldo de gol negativo.

Valdivia vem daquela que foi a sua primeira partida nos últimos dois anos como titular da seleção chilena. Muito elogiado pela imprensa e ovacionado pela torcida dentro de casa, o meio-campista deixou o campo como figura principal na vitória em cima do Equador e desabafou.

Ir bem novamente, desta vez contra o Brasil, praticamente garantiria a vaga do atleta na Copa do Mundo em caso de classificação.

Ele precisou superar polêmicas extracampo e as seguidas lesões que o afastaram de campo nos últimos jogos no Palmeiras para recomeçar e mostrar que ainda tem condições de atuar em alto nível ao voltar para seu país.

"Me doeu muito estar fora, foi difícil. Me emociona (a volta) porque foram muitos meses e agora eu tinha que enfrentar essa responsabilidade em uma partida complicada. As lágrimas são de emoção e esperamos que o esforço que a gente fez seja coroado com a classificação", disse o jogador após o jogo em entrevista reproduzida pelo La Tercera.

A titularidade na seleção é reflexo do que tem feito pelo Colo Colo. Decisivo com assistências e gols, ele até superou o problema recente com seu salário. A Under Armour, fornecedora de material esportivo, prometeu ajudar a equipe chilena a bancar os vencimentos do Mago, mas havia deixado o compromisso de lado em setembro, o que fez o time reclamar publicamente da situação.

No Chile, Valdivia também tem se apoiado bastante na sua família para dar a volta por cima. É comum que o meia apareça nas redes sociais de sua mulher em eventos com os filhos. No jogo contra o Equador, eles estavam todos nos vestiários para cumprimentá-lo pelo triunfo.

Agora diante do Brasil, o chileno vive a expectativa de como será o seu reencontro com os palmeirenses, que devem ser maioria no Allianz Parque. A maior lembrança no estádio fica por conta do sacrifício feito por ele para evitar que o Palmeiras caísse pela terceira vez na sua história.

Contra o Atlético-PR, ele jogou nitidamente sem nenhuma condição física e sob efeito de infiltrações. Mesmo assim, comandou a equipe que era dominada por garotos. Agora, ele quer deixar de lado o passado e pensar no futuro.

"Temos que ganhar de qualquer jeito e a última rodada vai ser difícil do mesmo jeito. Ficamos felizes por vencer, mas agora a gente precisa ganhar a última partida. Temos uma batalha e vai ser o jogo mais difícil da história da seleção. Desde que o Brasil passou a ser comandado por Tite, eles formam uma equipe muito diferente. São muito superiores em relação aos anos anteriores", finalizou.

Foto: Ivan Alvarado/Reuters (Retirada do Portal UOL)

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