Vamos resgatar o desejo pelo gol, os cobradores de falta e a essência do que um dia ficou conhecido como o país do futebol

Vamos resgatar o desejo pelo gol, os cobradores de falta e a essência do que um dia ficou conhecido como o país do futebol

Voltando um pouco no tempo, me lembro bem que muita gente não via a hora do ano de 2019 terminar. Foram mortes doídas de gente importante, catástrofes, a economia do país que patinava e não saía do lugar. Hoje, sendo bem racional, dá para dizer que éramos felizes e não quisemos admitir.

Porém, no futebol o legado de 2019 pode e deve permanecer. O Flamengo de Jorge Jesus resgatou a origem do principal esporte brasileiro e mostrou que, sim, é possível jogar de maneira competitiva sem enormes preocupações defensivas, algo que vem atormentando treinadores do Brasil nas últimas décadas. O efeito do técnico português foi imediato e o que mais se viu na virada de ano foi clube buscando treinadores com o mesmo perfil de Jorge Jesus e de Jorge Sampaoli, outro estrangeiro que mostrou no Santos que até mesmo com times mais limitados do ponto de vista técnico é possível encantar.

Do ano passado também vem o ótimo exemplo do Liverpool de Jurgenn Klopp, que só não levantou a taça na Premiere League – e nem deverá levantar, apesar de ser o “campeão moral” – porque o novo coronavirus paralisou o mundo da bola.

Esse período de recesso forçado do futebol pode servir para os treinadores locais promoverem um processo de reciclagem e renovação. Se tiverem boa vontade, podem se dedicar aos estudos e buscar no passado o modo de jogo que fez do Brasil o país da bola. Como lição de casa – e aproveitando que os canais esportivos de tv por assinatura estão reprisando absolutamente tudo – uma releitura das academias palmeirenses, do Flamengo campeão do mundo de Zico, ou o São Paulo de Telê.

Essa procura por inspiração não é novidade. Guardiola – que declarou amor à seleção brasileira de 1982 - e vários outros expoentes do banco de reservas já afirmaram que melhor do que tentar o novo é ir atrás do que já foi feito com sucesso e melhorar, adaptar.

Então não nos custa sonhar que quando a bola voltar a rolar por aqui vamos ver times menos covardes e preocupados com a defesa. Que possamos resgatar o desejo pelo gol, os cobradores de falta, tão escassos ultimamente, e a essência do que um dia ficou conhecido como o país do futebol.

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