Modificado, time de Carille mostrou que é capaz de jogar bola. Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians/Divulgação

Modificado, time de Carille mostrou que é capaz de jogar bola. Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians/Divulgação

Na noite de ontem (16/10), o Sport Club Corinthians Paulista foi à capital goiana para enfrentar o Goiás Esporte Clube pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. Vivendo momentos contrastantes, o Timão vinha pressionado pelas atuações pífias das últimas rodadas, em especial a derrota no Majestoso, ao passo que o Esmeraldino ostentava (e ainda ostenta) a melhor campanha do returno da competição. O favoritismo, inevitavelmente, pairava sobre os donos da casa. No final das contas, o empate em 2 a 2 fez jus ao que foi a partida.

O técnico Fábio Carille, que ultimamente tem demonstrado sua insatisfação com algumas peças do elenco e admitido que não consegue fazer o time produzir no ataque, realizou uma série de mudanças no escrete titular. Na defesa, Manoel deu lugar a Bruno Mendez e o jovem Carlos Augusto ocupou a lateral esquerda no posto de Avelar. No meio, o comandante abriu mão de um dos volantes, jogando apenas com Ralf, no intuito de dar mais leveza e melhorar a criação.

Sornoza e Matheus Vital jogaram centralizados. Pedrinho e Janderson, que assumiu a vaga de Clayson, ficaram responsáveis pelos lados direito e esquerdo, respectivamente. No comando do ataque, Gustavo foi o titular no lugar de Boselli. As alterações de Carille surtiram efeito e o Corinthians dominou, com a bola nos pés, os primeiros 20 minutos de jogo. Fez 1 a 0 com Janderson, resultado de uma jogada construída através de passes rasteiros, pelo meio da defensiva esmeraldina.

Há muito não se via um Corinthians tendo a bola e sabendo o que fazer com ela. O meio de campo, criticado muitas vezes pela dificuldade em criar, foi capaz de municiar o ataque. A certa altura da partida, o Timão tinha chutado cinco vezes ao gol e o Goiás apenas uma. Ponto para Carille, que conseguiu fazer a equipe se impor frente a um adversário difícil que jogava em casa.

Entretanto, não é à toa que os goianos possuem a campanha mais positiva do returno. Durante os minutos de imposição corintiana, o Goiás não havia conseguido acionar sua principal arma, representada pela figura de Michael, pelo lado esquerdo. Na primeira ocasião que o camisa 11 foi encontrado, os torcedores do Verdão foram presenteados com um golaço. Bola na ponta esquerda, corte para o meio e um belíssimo disparo de destra, no ângulo esquerdo de Cássio, que nada pode fazer. 1 a 1 no placar.

Após sofrer o tento de empate, o time paulista esqueceu o bom futebol dos primeiros 20 minutos e voltou a ser aquele velho Corinthians entediante e previsível. O Goiás se aproveitou da passividade corintiana e cresceu no jogo. Mais ou menos aos 25 minutos da segunda etapa, o Esmeraldino, merecidamente, virou a partida. Leandro aproveitou cruzamento da esquerda e a falha de Carlos Augusto para testar no contrapé de Cássio, sem chances. Goiás 2 a 1.

A partir de então, o Timão tentou buscar o empate, mas aquele futebol dos minutos iniciais continuou esquecido. O que se viu foi desorganização e falta de alternativas. A boa saída de bola, ponto positivo no melhor momento do Corinthians no jogo, deu lugar à ligação direta em busca da casquinha do centroavante Gustavo. Após a expulsão (tola) de Michael, que deu uma tesoura em Régis, Carille fez com que o zagueiro Gil atuasse na grande área adversária, sendo mais uma ameaça área. Estava feita a estratégia do “despejar a bola na área para ver o que acontece”.

Com superioridade numérica, esperava-se que o Corinthians pusesse a bola no chão e tentasse achar os espaços, como havia feito no início do jogo, no 11 contra 11, pois é possível jogar dessa forma e chegar ao gol. No entanto, Carille optou pelo caminho menos trabalhoso e a pobreza de ideias mais uma vez ficou clara. Na sua pressão sem organização, os paulistas tiveram um pênalti a seu favor e chegaram ao empate, no frigir dos ovos.

O que fica de positivo e de alento para o torcedor corintiano são os minutos iniciais do confronto, onde foi possível observar uma evolução da equipe no momento ofensivo. O garoto Janderson mostrou que é o jogador do um contra um, que Carille reclamava não ter no elenco. Os meio-campistas também demonstraram-se capazes de dar opções para a saída de bola curta, com passes, e também de criar ocasiões de gol no ataque. Em suma, os jogadores deixaram claro que conseguem jogar com a bola e serem propositivos. Resta saber se foi apenas um lapso de bom futebol dentro da mediocridade ou se o avanço continuará nos próximos jogos...

* Renan Riggo é jornalista esportivo (A Folha Esportiva) e assessor de imprensa da PPress Marketing e Comunicação

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