Ganso e Neymar, dois dos últimos craques revelados no Brasil. Foto: Ricardo Saibun/Santos FC

Ganso e Neymar, dois dos últimos craques revelados no Brasil. Foto: Ricardo Saibun/Santos FC

Você já parou para refletir há quanto tempo não surge um craque no futebol brasileiro? Eu disse craque, aquele cara que está fora da curva, que faz coisas completamente diferentes em campo e desequilibra de verdade. O último foi Neymar. De lá para cá mais nada.

Até o início deste século, revelar craques era moleza para o futebol brasileiro. Ano sim, outro também, surgia um fenômeno. Se recuarmos a 2002, no nosso último título mundial, aquela seleção tinha Rivaldo e Ronaldo já consagrados melhores do mundo ao desembarcarem no Japão e na Coréia, e Kaká e Ronaldinho Gaúcho que se tornariam os craques do planeta anos depois.

De lá para cá, não só perdemos a qualidade como também assistimos outros países ocuparem um espaço de protagonismo. Essa ausência de jogadores diferentes está ligada terceirização dos clubes pela busca de jovens talentos e uma preguiça dos profissionais que trabalham na base para desenvolver o talento e os fundamentos.

Infelizmente o cenário não é animador. Se olharmos para os jovens que estão sendo formados no Brasil, não há nenhum com potencial para se transformar em um novo Neymar. Temos vários bons jogadores, mas nenhum que possa se transformar em uma futura estrela internacional.

Enquanto os clubes não mudarem o enfrentamento da formação dos jovens, seguiremos agonizando no mundo da bola. Os empresários que passaram a ocupar o lugar dos times na detecção dos talentos estão cada vez mais ricos e os clubes falidos. Uma combinação absurda que precisa ser combatida para que seja salvo o futebol no Brasil.

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