Do UOL, em São Paulo
Maior atração da seleção, Neymar viu metade do jogo desta quarta do banco de reservas, poupado por Dunga após a maratona dos últimos dias. O cuidado pela difícil Copa América que tem pela frente foi a tônica do jogo do Brasil, que diante de um Beira-Rio com menos público que o esperado só jogou para o gasto e venceu Honduras por 1 a 0.
Foi o último amistoso antes da disputa do torneio continental, o primeiro oficial depois do vexame da Copa do Mundo de 2014. Com o triunfo desta quarta, o Brasil chega com um cartel de dez vitórias em dez jogos sob o comando de Dunga, número recorde para a elite das seleções mundiais.
O futebol, porém, ainda não empolga. Sem Neymar, o Brasil sofreu com a marcação por pressão de Honduras, fez um gol sem brilhar e escapou por pouco das críticas. A entrada do craque, no segundo tempo, melhorou o nível de jogo, mas não chegou a arrancar suspiros de ninguém em Porto Alegre.
Não encantou, mas venceu, como quer Dunga para a Copa América que começa no próximo fim de semana para o Brasil, contra o Peru. A partida ocorrerá no próximo domingo, às 18h30.
Fases do jogo:
O Brasil que entrou em campo foi um pouco diferente daquele que deve começar a Copa América. Fabinho, por exemplo, substituiu Danilo, que está lesionado e pode até ser cortado; Fred permaneceu no lugar de Neymar, poupado, e Elias e Tardelli, que haviam enfrentado o México, deram lugar a Casemiro e Firmino.
As alterações, somadas à estratégia hondurenha de pressionar a saída de bola, atrapalharam a seleção brasileira, que sofreu para fazer triangulações e criou pouco. As melhores chances ocorreram em infiltrações de quem estava na linha de meio-campo da seleção. Fred, em uma jogada individual, chegou perto de um gol cortando da direita para o centro. Firmino, por sua vez, deixaria o dele depois de uma arrancada de Filipe Luís.
A vantagem caiu como uma luva para o Brasil, que livrou sua barra com a torcida que já ameaçava criticar. Dunga, ciente do risco, mexeu no intervalo e lançou Neymar, Thiago Silva e Douglas Costa. Não foi uma revolução, mas melhorou bastante o ritmo da seleção, que impôs velocidade, trocou passes rápidos e levou mais perigo a Honduras, ainda que não tenha marcado o gol.
Nesse caso, méritos totais para Noel Valladares, goleiro veterano do time caribenho, que fez pelo menos duas grandes defesas. Foram as intervenções do arqueiro, aliadas à pontaria ruim do Brasil, que impediram um placar mais elástico.
Melhor: Filipe Luís. Lateral participou dos dois gols da vitória do último domingo contra o México e deu a assistência para Firmino nesta quarta. É verdade que outros também brilharam, como o próprio Firmino, Fred e Neymar, mas o lateral do Chelsea roubou a cena depois de passar quase uma temporada no banco do time inglês.
Pior: Philippe Coutinho. Depois de fazer um belo gol contra o México, o meia do Liverpool voltou a cair de produção. O vacilo e o bom desempenho de Fred podem acirrar a disputa pela vaga que seria de Oscar no meio-campo titular da seleção.
Destaques:
Pressão por Neymar: Arma de Dunga para conquistar a torcida gaúcha, o atacante começou no banco de reservas, poupado depois da maratona dos últimos dias. Aos 31 minutos do primeiro tempo, impaciente, o público já começou a pedir a presença do astro. Focalizado pelo telão, ele sorriu quando ouviu o coro da torcida.
Honduras esperta: Treinada por Jorge Luis Pinto, comandante da Costa Rica que foi às quartas da Copa de 2014, a seleção caribenha adiantou a marcação. A estratégia atrapalhou bastante a saída de bola do time de Dunga, que demorou pelo menos meia hora a se adaptar à dinâmica da partida.
Bola parada: Marca registrada de Dunga desde o começo do atual trabalho, a jogada ensaiada foi usada à exaustão, especialmente no primeiro tempo. Por duas vezes, David Luiz recebeu a bola sozinho e conseguiu levar perigo ao gol hondurenho. Em uma terceira tentativa, porém, um passe na entrada da área foi interceptado e o time visitante só foi parado no campo de ataque, com falta dura.
Lateral-direita: Danilo, titular de Dunga desde o segundo jogo, segue lesionado e ficou fora do jogo desta quarta. O novo jogador do Real Madrid foi substituído por Fabinho e pode ser cortado da Copa América após uma reavaliação. De olho nessa hipótese, Dunga testou Marquinhos improvisado na lateral, função que ele está acostumado a desempenhar no PSG.
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