Até quando o vírus será tratado com tanto desprezo pela CBF, pela Conmebol ou Fifa? Foto: Divulgação

Até quando o vírus será tratado com tanto desprezo pela CBF, pela Conmebol ou Fifa? Foto: Divulgação

Na última rodada do Brasileirão foram 43 infectados, entre jogadores e integrantes de comissões técnicas por causa da Covid-19. No total, 13 clubes ficaram impossibilitados de escalar atletas. Este número pode aumentar nas próximas horas, ou nos próximos minutos. Informar que jogador ou qualquer pessoa do meio do futebol, ex-jogador, dirigente, e até médicos, está infectado pelo novo coronavírus virou algo tão trivial, que os repórteres esportivos falam sobre a doença como se estivessem falando de uma contusão muscular, de uma lesão no joelho, no tornozelo, ou de uma pancada na coxa.

Ficou trivial, mas não deveria ser assim.

Até quando o vírus será tratado com tanto desprezo pela CBF, pela Conmebol, ou Fifa?

As entidades vão esperar que algum jogador morra por causa do vírus?

A condição de abandono total a que os jogadores foram colocados leva as pessoas mais sensatas e atentas a pensar que sim, que os dirigentes da bola mundial resolveram pagar para ver.

Vejo e ouço jornalistas esportivos fazerem contas nos programas para saber quando tal jogador foi infectado e quando ele já poderá ir para o gramado.

Um absurdo.

Nestas contas e avaliações do número de dias de ausência dos atletas do gramado, a saúde de quem faz o espetáculo é desconsiderada.

A doença, ainda, é nova.

Infectologistas conceituados dizem diariamente que ninguém sabe ao certo os efeitos que o novo coronávirus provoca no organismo do ser humano.

Raniel, atacante do Santos, sofreu uma trombose vascular na perna direita poucos dias depois de ser diagnosticado com a Covid.

André Estenssoro, o cirurgião vascular que operou o jogador, não viu correlação nenhuma entre a Covid e a trombose.

Mas, adverte:

“O novo coronavírus ensinou para os médicos e para toda a população que o que a gente fala hoje, amanhã pode não ser bem assim”.

O que é certo é que Raniel continua em recuperação dos efeitos da trombose e ainda não voltou aos gramados.

O caso Raniel deveria ter ligado o sinal de alerta.

Mas não foi o que se viu.

No futebol, a doença, que, só no Brasil, já matou quase 170 mil pessoas, é negligenciada.

O grande número de infectados nos clubes e seleções já é um motivo mais do que suficiente para que as competições sejam interrompidas.

Já.

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