Abel Ferreira, técnico do Palmeiras. Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras. Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

A Libertadores da América de 2022 tem sido marcada por casos de racismo. Primeiro, aconteceu no jogo entre River Plate e Fortaleza, quando um torcedor argentino jogou bananas nos tricolores. Depois, na Neo Química Arena, um torcedor do Boca foi preso por imitar um macaco em direção aos corintianos. 

Perguntado sobre o assunto, o português Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, lamentou os fatos e frisou que todos que fazem parte do futebol têm responsabilidade para melhorar esta situação. 

"Esse é um tema muito sensível. Hoje, você tem que ter muito cuidado quando fala sobre esse tema. O que acho é que todos nós, enquanto agentes do futebol, temos responsabilidade. Eu tenho responsabilidade, os jogadores têm responsabilidade. Depois, isso tem a ver com a formação de cada pessoa. Por isso que digo que, para mim, uma das maiores ferramentas que existem é a educação, a leitura e a formação. Todos nós temos que caminhar nesse sentido. Se nós nos lembrarmos da Inglaterra 15 anos atrás, todos nós seguramente nos lembramos. Aos poucos, foram criando regras para banir essas pessoas em particular e, muitas vezes, castigar os clubes de forma séria. Se nós lembrarmos, o Liverpool teve uma série de anos fora das competições, por causa de comportamentos”, disse Abel. 

"Da minha parte, lamento e fico triste, porque para mim o futebol é espetáculo. Tenho que ir ao futebol para me divertir com a minha equipe, apoiar minha equipe. Eu não tenho que ir ao futebol para descontar nas pessoas que estão lá as minhas frustrações pessoais. Muitas vezes, isso acontece, sobretudo se a equipe não estiver ganhando. Muitas vezes, essa pessoa não tem uma intenção maliciosa. Porventura, teve um problema com a mulher, discutiu com o filho, vai para o campo de saco cheio e fala aquilo que não deve, mas talvez não com a intenção que muitas vezes queremos atribuir. Mas não pode, temos que olhar para isso, e acredito que as pessoas competentes para isso o vão fazer. Mas isso depende de todos nós. Não é aqui. A sociedade global tem uma crise muito grande de valores. Quando falo de valores, falo de respeito, de gratidão, de pedir desculpa. Tem uma crise de valores, mas não é só na América do Sul, é de forma geral. O mais simples é fazer bem pelo próximo, respeitar o próximo, pedir desculpa ao próximo, e hoje nós não vemos isso. Vemos o contrário”, completou o treinador. 

 

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