Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Foram 26 jogos, quinze vitórias, cinco empates e seis derrotas. Um aproveitamento até razoável para um profissional que chegou ao Brasil no final de julho e muito pouco conhecia sobre o seu novo time.

Mas as goleadas por 5 a 0 para o Independiente Del Valle, 4 a 1 do São Paulo e 4 a 0 do Galo, neste domingo, 8/11, foram determinanrtes para a demissão de Domènec Torrent Font, nesta segunda-feira, 9/11.

A direção do clube e, principalmente grande parte de seus torcedores, que foram para as redes sociais exigir a saída do treinador, decretaram o fim da linha da Alameda Domènec Torrent Font.

Alameda cheia de buracos foi em que se transformou a defesa flamenguista sob o comando do treinador espanhol.

O sistema defensivo da equipe foi um fiasco. Sofreu 36 gols. O ataque marcou 42.

Saldo negativo, portanto, de seis gols.

Mas não é só disso que se trata.

Dome assumiu um Mengo avassalador. O time vinha de conquistas inesquecíveis em 2019. Havia feito um confronto equilibrado com o Liverpool na decisão do Mundial Interclubes.

Sem Jorge Jesus, a direção do clube foi ao mercado internacional em busca de um substituto que mantivesse a equipe no mesmo patamar.

Dome chegou ao Ninho do Urubu para dirigir um time com grandes jogadores. Em relação ao supercampeão do ano passado, o Mengo só perdeu Rafinha para o futebol grego.

Para o lugar, trouxe o chileno Isla.

Era como se o Flamengo fosse um prédio de alto padrão em bairro nobre e que só precisasse de alguém para manter o gigante muito bem conceituado e luxuoso no topo.

O time de JJ marcava muito, não deixava o adversário respirar e mostrava tantas movimentações que ficava difícil dizer qual o setor encantava mais.

Dome resolveu mudar a maneira de o time atuar.

Implantou o sistema “posicional”.

A variedade de movimentações dos atacantes Bruno Henrique, Gabigol e Arrascaeta ficou no passado.

Só na memória do torcedor.

O Mengo de Dome era um time estático.

Nos remetia aos times comandados por treinadores brasileiros, tão criticados antes do desembarque de Jesus e Sampaoli por aqui.

Seria Dome um técnico brasileiro que fala espanhol?

Esta é a pergunta que os flamenguistas começaram a fazer nas redes sociais.

A irritação tomou conta de grande parte da imensa torcida rubro-negra.

Que não se conformava em ver a defesa de seu time virar a Alameda Domènec Torrent.

A demissão de Dome, é bom que se lembre, vai contribuir para manchar ainda mais a já suja imagem do futebol brasileiro no exterior.

Temos aqui uma indústria de moer treinadores.

Antes, em maior escala, eram os “professores” nacionais que sofriam com a dança das cadeiras.

A abertura do mercado da bola tupiniquim serviu para que também os técnicos importados sofram com a nossa doentia instabilidade.

Instabilidade que é alimentada por dirigentes, que se deixam levar pela irritação dos torcedores nas mídias antissociais, e até, é honesto que se admita, pela pressão de parte da imprensa esportiva.

A imprensa esportiva é uma caixa de ressonãncia das mídias sociais? Ou é o contrário?

São os torcedores repicam em suas redes os comentários que ouvem nos programas esportivos?

Difícil saber onde começa este circo de horrores.

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