O que aconteceu com a Haas no GP da Austrália é um exemplo de que algo precisa mudar. Reprodução

O que aconteceu com a Haas no GP da Austrália é um exemplo de que algo precisa mudar. Reprodução

A pressa é inimiga da perfeição.

A frase é surrada mas se encaixa perfeitamente para o que aconteceu com a Haas durante o GP da Austrália de F1 do último domingo (25), em Melbourne.

Seus dois carros, com Kevin Magnussen e Romain Grosjean, foram indevidamente liberados de seus pit-stops para troca de pneus, ambos com rodas não totalmente presas.

Nos anos 90 uma excelente troca dos quatro pneus de um F1 era feita em cerca de 5 segundos.

Este tempo, hoje, está na casa de pouco mais de 2 segundos.

Para que este tempo caísse vertigionasamente foi necessário o incremento de pessoas envolvidas na tarefa.

Vi e revi o pit-stop de Grosjean e contei 22 funcionários do time norte-americano para a tarefa.

Quatro pessoas trabalhando em cada roda, dois atrás (um deles com um "macaco" reserva, em caso de problema com o "titular"), um à frente com o "pirulito", outro também à frente com o outro "macaco" e outros dois ao lado do piloto, limpando a viseira e de olho em alguma coisa anormal por ali.

Fui atrás de um pit-stop de Ayrton Senna em 1993, com a McLaren. Foram gastos 4s81 para a troca dos quatro pneus. Três funcionários por roda, um atrás com o "macaco", outro à frente com o outro "macaco" e um com o "pirulito", aquela placa que sinaliza a parada e liberação do carro. Total: 15 pessoas, sete a menos em relação à troca feita em 2018 no carro da Haas.

Imagino que este número, 22, seja o padrão de todos os times atuais da F1.

Esta sanha pelo tempo mínimo cobra seu preço.

O caso da Haas não foi o primeiro e não será o último, certamente.

E aí, entra um aspecto tão propalado na F1 nos últimos tempos: a segurança.

Tenho uma sugestão simples para que este problema seja resolvido: que se estabeleça um tempo mínimo para o pit-stop na F1.

Querem trocar os quatro pneus em 2,5 segundos? Tudo bem, mas o carro não poderá se movimentar antes de 10 segundos.

Assim, terão tempo suficiente para que chequem sobre oserviço, se foi bem feito ou não.

Ou será necessário que uma roda se desprenda e machuque ou mate alguém no próprio pit-lane, na pista ou mesmo alguém na arquibancada?

Fazem um estudo danado para o horrendo halo, solução que não é 100% eficaz e não enxergam algo que está tão evidente, em cada parada de carro para trocar pneus...

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SOBRE O COLUNISTA

Editor de automobilismo do Portal Terceiro Tempo, começou no site de Milton Neves em 10 de março de 2009. Também atua como repórter, redator geral, colunista e fotógrafo. Em novembro de 2010 criou o Bella Macchina, programa em vídeo sobre esporte a motor que já contou com as presenças de Felipe Massa, Cacá Bueno, Bruno Senna, Bia Figueiredo, Ingo Hoffmann e Roberto Moreno, entre outros.

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