Ferrari e Alfa Romeo seguem exemplo de Red Bull e Toro Rosso. Fotos: Divulgação

Ferrari e Alfa Romeo seguem exemplo de Red Bull e Toro Rosso. Fotos: Divulgação

Em 2013, último ano dos motores V8 na Fórmula 1, com aquele som que era muito bom, só não melhor do que o dos V10 ou, principalmente os V12, o então chefão da categoria, Bernie Ecclestone, aventou a hipótese de que as equipes pudessem passar a competir com três carros ao invés de dois. As equipes, diga-se, as grandes.

Isso porque em 2014 os propulsores passariam a ser os V6 turbo e pequenas equipes como Caterham e Marussia poderiam não alinhar no grid.

Mas, no "frigir dos ovos", com se diz, a Caterham garantiu um propulsor junto à Renault e a Marussia alocou unidades da Ferrari para seus dois pilotos.

Assim, a ideia de três carros para as gigantes, ficou adormecida. À época, diga-se, apenas a Williams não concordava com a proposta. Lembrado que a Williams, então, tinha status de time grande.

Porém, na prática, pelo menos três gigantes têm hoje suas "genéricas", utilizando-as quase como laboratórios, "cobaias" para saltos maiores.

O caso mais gritante é o da Red Bull, com sua "satélite" Toro Rosso. O time de Faenza passou 2018 inteirinho trabalhando em conjunto com a Honda para que os austríacos pudessem colher alguns frutos agora, pois utilizarão os motores nipônicos.

Embora em fábricas diferentes, as diretrizes seguidas estão irmanadas. A FIA faz vista grossa, uma vez que as regras não permitem chassis integralmente iguais para duas equipes.

Porém, isso já aconteceu...

Em 1995, ano em que Flávio Briatore, era o capo da Benetton e tinha tentáculos na Ligier, ambas corriam com o mesmo chassi. Porém, o time francês usava motores Mugen-Honda V10  enquanto a escquadra italiana era impulsionada pelos Renault V10.

As imagens abaixo não deixam dúvidas...

Na temporada de 1995, a Ligier JS41 (com Martin Brundle na imagem) e a Benetton B195, com Michael Schumacher a bordo, usavam o mesmo chassi. Apenas alguns detalhes aerodinâmicos "enganavam" a FIA... Fotos: Divulgação

 

A Ferrari, que detém a marca Alfa Romeo, escancarou de vez as coisas após passar a temporada de 2018 apenas colocando o logo Alfa Romeo na tomada de ar da Sauber. A equipe suíça agora chama-se Alfa Romeo e o motor é o da Ferrari. A relação é tão íntima que seu ex-piloto em atividade, Kimi Raikkönen, deixou o time de Maranello para competir na menos tensa Alfa Romeo ao lado do italiano Antonio Giovinazzi. Certamente as conversas do finlandês pelo rádio, com seus engenheiros, terão mais espaço nos noticiários do que suas atuações pelas 21 corridas do ano.

A Haas, embora norte-americana de origem, também serve de "cobaia" para a Ferrari.

A Mercedes, por sua vez, após uma parceria muito próxima com a Force India, empurra agora o time batizado de Racing Point, que detém a mesma estrutura, apenas se livrou do enrolado Vijay Mallya. E, embora a Mercedes também forneça propulsores para a Williams, certamente o vínculo com o time rosa e azul será mais próximo.

Assim, a F1 segue fazendo "vistas grossas", assim como está fazendo ao dinheiro das cigarreiras camufladas de empresas sabe-se lá do quê,  pois os times médios e pequenos sumiram do circo, a não ser aqueles que se atrelaram aos gigantes. 

O problema é que se uma dessas gigantes deixar a categoria, provocará a perda não de dois carros no grid, mas de pelo menos quatro.

A Red Bull, por exemplo, que vive dando "piti", ameaçando sair da F1, se concretizar um dia suas ameaças, levará por tabela a Toro Rosso.

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SOBRE O COLUNISTA

Editor de automobilismo do Portal Terceiro Tempo, começou no site de Milton Neves em 10 de março de 2009. Também atua como repórter, redator geral, colunista e fotógrafo. Em novembro de 2010 criou o Bella Macchina, programa em vídeo sobre esporte a motor que já contou com as presenças de Felipe Massa, Cacá Bueno, Bruno Senna, Bia Figueiredo, Ingo Hoffmann e Roberto Moreno, entre outros.

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