Zito, um dos grandes ídolos da história do Santos

Zito, um dos grandes ídolos da história do Santos

Zito virou sinônimo de capitão no Santos. Foi eternizado no posto, com a letra Z grafada na braçadeira que o capitão santista, de hoje ou de amanhã, leva ou levará no braço.

Z de Zito, claro.

José Ely de Miranda não baixava a voz nem para o Rei Pelé.

Coutinho, Mengálvio, Pepe, Dorval, Dalmo, Mauro, fosse quem fosse, não estava livre de levar broncas homéricas do capitão da equipe.

Era tão respeitado, que tempo houve em que o posto de capitão já não era mais suficiente para mostrar a importãncia que Zito tinha para o time.

Capitão, pensavam na Vila Belmiro, qualquer um podia ser.

Zito era muito mais.

O gerente.

A mudança de patamar ocorreu após um jogo contra o TSV 1860, da Alemanha, em 13 de junho de 1967.

O Santos terminou o primeiro tempo perdendo por 4 a 1 para os alemães.

Era apenas um amistoso.

Zito não estava em campo.

Lesionado, via a partida da arquibancada.

No intervalo, desceu ao vestiário e disse ao técnico Antoninho Fernandes que queria jogar.

O treinador relutou, argumentou que ele estava machucado.

Zito insistiu, trocou de roupa e voltou com a equipe para o gramado.

As limitações físicas não impediram que Zito comandasse a virada santista. Com dois gols de Pelé, e os outros de Abel, Edu e Toninho, o jogo terminou 5 a 4 para o Santos.

Então, daquele dia em diante, o capitão passou a ser o gerente da Vila.

Gerente que também era respeitado na Seleção Brasileira.

Com a camisa amarela ou a azul, Zito não se constrangia em chamar a atenção de craques renomados como Didi, Zagallo, Djalma Santos, Vavá, Amarildo, ou qualquer outro que precisasse ser chamado a atenção.

Mas engana-se quem pensa que Zito era um jogador comum, tosco, que se notabilizava apenas pela liderança…

Zito era muito mais.

Os jogos que estão sendo mostrados das copas de 58 e 62 pelo Sportv são a prova de que Zito não era “apenas” um guerreiro. Sabia jogar.

Era um volante com muita capacidade para armar jogadas.

O ataque histórico do Santos, com Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, para que a justiça fosse feita, teria de ter Zito no lugar de Mengálvio, pois que o Gerente da Vila era muito mais meia de armação do que Mengálvio, que cumpria mais a tarefa de marcar, do que Zito.

Nas copas de 58 e 62, jogando ao lado de Didi, Zito também teve papel ofensivo importante.

Não tinha a elegãncia de Didi. Mas era tão eficiente quando o ‘Principe Etíope’, como Didi era chamado pelo dramaturgo e cronista esportivo Nelson Rodrigues.

A classe e a elegância de Didi enchem os olhos.

O jeito de desarmar o adversário, sem tocar em seu corpo, era único.

Fazia lançamentos e batia faltas como poucos. Bater faltas no estilo ‘folha seca’ virou sua marca.

Mas Zito não era apenas um operário da bola. Sabia jogar.

Não tinha a finesse de Didi, mas tem seu lugar na galeria dos grandes jogadores brasileiros.

 

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