Rainha do tênis somou feitos inéditos para o Brasil no Grand Slam norte-americano

Rainha do tênis somou feitos inéditos para o Brasil no Grand Slam norte-americano

Hoje vibramos quando os tenistas brasileiros passam uma ou duas rodadas no US Open, o torneio que fecha o calendário dos Slams. Mas nem sempre foi assim. Entre o final da década de 1950 e a de 1960 o tênis tinha uma rainha brasileira que brilhava no tradicional evento norte-americano. Também chamada “bailarina das quadras”, ela era a talentosa paulista Maria Esther Bueno.

Nascida em 11 de outubro de 1939, Maria Esther começou a jogar ainda criança no extinto Clube de Regatas Tietê, do outro lado da rua de sua casa, incentivada pelo pai e pelo irmão maior, ambos chamados Pedro Bueno. Aos 14 anos, em 1954, foi campeã brasileira infantil e no mesmo ano conquistou também o título brasileiro de adultos.

Em 1958, sozinha, com apenas duas raquetes e mal sabendo falar inglês, viajou pela primeira vez à Europa e já conseguiu terminar a temporada entre as dez melhores tenistas do mundo. Naquele ano alcançou as quartas de final de simples de Forest Hills, o atual US Open, e foi vice-campeã de duplas, jogando a primeira das 12 finais que faria no torneio.

No ano seguinte, depois de se consagrar com o título de Wimbledon, Maria conquistaria também o do major norte-americano, terminando a temporada como a número um do tênis. Na época o torneio era jogado em quadra de grama, assim como em Wimbledon, e esse tipo de piso favorecia o seu impetuoso estilo de saque e rede.

A bela e elegante brasileira voltaria a ser campeã de simples em Forest Hills em 1963, 1964 e 1966, e campeã de duplas em 1960, 1962, 1966 e 1968. Disputou ainda a final de simples em 1960 e as de duplas em 1959, 1963 e 1966, ano em que venceu nas duas categorias.

Com exceção de 1961 e 1967, quando não participou por motivos médicos, Maria Esther jogou nove vezes o grande torneio norte-americano e alcançou 12 finais, em um retrospecto jamais igualado por tenistas latino-americanos. Neste aspecto, seus resultados são mais relevantes do que os do recordista sérvio Novak Djokovic, que também foi quatro vezes campeão de simples do torneio, mas jamais ganhou um título de duplas.

A quem quiser conhecer em detalhes inspiradores a vida e a carreira de Maria Esther recomendo a leitura de sua biografia, o livro “Maria, a vitória da arte”, lançado pela Editora Verbo Livre, com 400 páginas e dezenas de fotos magníficas. O livro pode ser adquirido pelo e-mail editoraverbolivre@uol.com.br

Darei uma palestra sobre a nossa rainha do tênis no sábado, dia 30 de agosto, das 12 às 13h30, no Clube Atlético Monte Líbano, em São Paulo, mas o evento estará aberto apenas aos associados. Se quiser que eu fale sobre ela no seu clube, ou empresa, é só enviar e-mail para a Editora Verbo Livre.

A trajetória de Maria Esther Bueno, que faleceu em 8 de junho de 2018, aos 78 anos, serve de alento para a crescente comunidade brasileira do tênis. Pode demorar um pouco, mas ainda teremos a alegria de ver novamente uma, ou um compatriota com o troféu de simples do US Open na mão. Ela provou que o sonho era e é possível.


Odir Cunha - Escritor com mais de 30 livros publicados. Jornalista profissional desde fevereiro de 1977

 

 

 

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