Destaco no comentário de hoje o resultado da eleição para presidente do Grêmio, que culminou com a vitória da chapa situacionista encabeçada pelo antigo conselheiro do Clube, Romildo Bolzan Junior.
Mas não é exatamente sobre o novo mandatário gremista (foto) que vou me reportar, até porque não tenho bola de cristal para fazer projeções sobre uma gestão que está começando.
O teor da conversa recai sobre o presidente substituído, Fábio André Koff, que continua na diretoria do Clube, agora ocupando o cargo de vice-presidente de futebol.
Como alguns recordam, considerei uma injustiça a escolha de Koff para dirigir o Grêmio, naquela eleição em que derrotou Paulo Odone Ribeiro, poucos dias depois de o então presidente gremista haver inaugurado o novo estádio do clube.
Fez isso num momento psicológico altamente significativo, livrando os gremistas de se sentirem ainda mais humilhados dante dos rivais, já que o estádio Beira-Rio estava sendo remodelado para a Copa.
É claro que, no desespero de perder a supremacia relativa a estádios, muitos torcedores do Internacional insistiram - e alguns ainda insistem - em dizer que a Arena é da OAS, empresa que a construiu, e não do Grêmio.
Isso não passa, contudo, de uma bobagem, pois todos sabem que se trata de uma parceria em que só o Grêmio terá a posse definitiva do estádio a médio prazo, ou seja em menos de 20 anos.
Mas os colorados "estão na deles" e têm todo o direito de usar os artifícios que quiserem para sustentar a eterna "queda de braço" com os tricolores, não só no aspecto patrimonial como também no elenco das grandes conquistas.
O que causou espécie - pelo menos a mim - foi o dirigente Fábio Koff ter criticado o acordo que resultou na construção do estádio, dizendo "A Arena não é nossa" (um prato cheio para os rivais).
Não hesitou, porém, em se candidatar ao cargo de presidente do Grêmio, para exercer seu mandato no clube que, segundo ele, nem estádio próprio tinha mais e corria o risco - como disse - de fechar as portas.
Ora, se acusava seu antecessor de praticamente ter falido o Grêmio em razão da parceria feita com a OAS, então por que razão se dispôs a lhe roubar a cena de presidente do clube, que considerava mergulhado numa crise financeira ?
Se dissesse que se dispunha a assumir o comando do Grêmio para consertar o que classificou de erro do dirigente anterior, certamente estaria dando uma de "Sassá Mutema", tentando se tornar "O salvador da Pátria Tricolor".
Mas como faria isso ? Tirando dinheiro do próprio bolso , algo que logicamente não tinha, para sanar as finanças do Grêmio e comprar para o clube todos os direitos sobre a Arena ?
Com certeza não foi por essa "ducha fria" que jogou no orgulho tricolor de "ter dado o troco aos colorados", que Koff conseguiu derrotar Paulo Odone, o construtor da Arena, naquela eleição presidencial do Grêmio.
Sua vitória foi calcada no passado de grandes conquistas como dirigente gremista, entre as quais figuram os mais significativos títulos futebolísticos do Brasil e do mundo.
Usei na ocasião a expressão "bananeira que já deu caixo", para definir com essa metáfora o que me ocorria sobre a possibilidade de Fábio André Koff repetir no Grêmio memoráveis conquistas como as do Mundial de Clubes, Libertadores e as nacionais.
Hoje, ao final de sua terceira gestão à testa da direção gremista, o velho cartola que voltara ao ninho antigo nada deixa de positivo para a legião mosqueteira do Pampa, em termos de conquistas no campo de jogo.
Seu saldo futebolístico nessa curta gestão é deficitário, pois não conseguiu remontar o Grêmio competitivo de outras épocas, deixando a seu sucessor um plantel limitado, que dificilmente logrará classficação via G4 para a Libertadores do ano que vem.
Sábado, no jogo contra o Goiás no Serra Dourada, o Grêmio foi ridículo em campo, revelando total inoperância ofensiva nos raros momentos em que se aproximou do arco do adversário.
Desfalcado de Barcos e Dudu - as duas únicas andorinhas que fazem verão no seu ataque - o tricolor gaúcho chegou ao final da partida tendo que festejar o empate em zero a zero como "um baita resultado".
Escapou de perder no detalhe, apenas porque os atacantes do Goiás não souberam aproveitar as entregadas de bola gremistas, que lhes permitiram ficar cara a cara com o goleiro Marcelo Grohe, que teve que fazer milagres para livrar o time de nova derrorta.
E o que fez Paulo Odone pelo Grêmio ultimamente, além desse "mau negócio" com a OAS, apontado por Fábio Koff ? - alguém deve perguntar, contraditando as colocações acima.
A resposta é óbvia e está na ponta da língua. Passou o clube a seu sucessor como vice-campeão brasileiro, tendo-o levado duas vezes, nos últimos quatro anos, à disputa da Copa Libertadores.
Aliás, é oportuno observar, à guisa de comparação, que a dupla Paulo Odone (presidente) e Renato Portalupi (treinador) deixou o Grêmio com um time bem superior a esse que aí esta, montado pelo duo Kof/Felipão, cada vez mais distante do G4.
A vitória do Corinthians sobre o Internacional, por 2 a 1, neste domingo no Beira-Rio, combinada om a do Galo sobre a Chapecoense, sábado em Minas, por 1 a 0, empurrou o Grêmio para a sexta colocação na tabela.
Será que esses dois clubes serão julgados pelas ações criminosas de seus torcedores, correndo algum risco de exclusão do campeonato, como aconteceu com o Grêmio por simples manifestações racistas na Arena ?
Ou será que fora dos estádios as "cagadas" das torcidas, mesmo que sejam organizadas, não comprometem seus clubes a ponto de levá-los às barras do Tribunal de Justiça Desportiva ?
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Foto: UOL
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