Era óbvio que quem chegasse após o treinador mais vitorioso da história do clube teria dificuldade

Era óbvio que quem chegasse após o treinador mais vitorioso da história do clube teria dificuldade

A demissão do técnico Cristovão Borges do Corinthians foi uma das maiores injustiças e demonstração de falta de preparo e entendimento que uma diretoria poderia apresentar. Cristovão ficou apenas 18 jogos no comando. Pegou o desmanche do desmanche. E foi o bode expiatório perfeito para o péssimo momento que o Timão vive fora do campo.

Quando Tite foi para a seleção brasileira havia pelo menos cinco nomes cotados para a assumir o seu lugar no Corinthians. Cristovão Borges não era um deles. Ele foi contratado sem a menor convicção. Seu currículo sem títulos e seu jeito manso incomodaram já de imediato o torcedor corintiano.

Era óbvio que quem chegasse após o treinador mais vitorioso da história do clube teria dificuldade. E os problemas não seriam apenas pelas inevitáveis e cruéis comparações. A fragilidade do elenco já aparecia nas mãos de Tite. O time campeão brasileiro de 2015 não existia mais. Nas mãos do atual treinador da seleção brasileira essa desfalcada equipe caiu na Libertadores e no Paulistão deste ano.

E como se não bastasse a desconfiança, o elenco se enfraqueceu ainda mais. Elias, Bruno Henrique, André e Luciano também foram embora. E aí a culpa pelos maus resultados é mesmo do técnico?

O Corinthians está com dificuldades financeiras, não consegue vender o nome do estádio, não tem dinheiro para contratar jogadores de qualidade, não sabe aproveitar suas categorias de base e o culpado é o treinador... A diretoria deveria agradecer aos céus por ainda estar em quinto lugar no Brasileirão e vivo na Copa do Brasil, apesar de todosesses desmandos.

Cristovão Borges não é o melhor técnico do mundo. Se eu fosse dirigente não o contrataria. Mas eu saberia que os times dele jogam com a linha de marcação alta, que ele privilegia a posse de bola, triangulações e que, por outro lado, tem dificuldades nas substituições e lhe falta comando de grupo. Será que o presidente do Corinthians sabia disso? Ou foi pelo nome? Sonho em ver análise de trabalho, de metodologia de treinamento e não só a superficialidade do resultado, descontextualizado do todo. Pelo jeito, vou ficar sonhando...

Foto: Daniel Augusto Jr./ Ag. Corinthians

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