Em reuniões de planejamento do Paris Saint-Germain para a próxima temporada, Edinson Cavani não é unanimidade entre os dirigentes. O atacante uruguaio vive dias de irregularidade, mas já deixou claro que não vai aceitar uma transferência. Na luta para permanecer, o principal aliado do maior artilheiro da história do PSG é a torcida do clube.
Cavani vive situação considerada perigosa pela diretoria do PSG. O motivo é o contrato ter validade até 30 de junho de 2020. O fato de a renovação não estar nos planos do uruguaio gera um temor de repetição do caso Rabiot, volante que se negou a prolongar o vínculo e passou a negociar com outros clubes no andamento da temporada.
Para a diretoria do PSG é preocupante o fato de Cavani ser um dos maiores salários do elenco e ter passado por questionamentos técnicos ao longo da temporada. O treinador Thomas Tuchel deixou o artilheiro de fora do time titular em jogos importantes. E, segundo apurou o UOL Esporte, os brasileiros do elenco (Marquinhos, Thiago Silva, Daniel Alves e Neymar) consideravam o time com menos mobilidade com a presença do uruguaio no ataque.
O discurso aberto da diretoria do PSG é de que Cavani é um dos melhores centroavantes do mundo. A expectativa é de que propostas superiores a 60 milhões de euros (cerca de R$ 250 milhões) devem aparecer ao fim da temporada.
Internamente, a análise é de que a próxima janela internacional de transferências, entre julho e agosto, será a última em que o uruguaio terá grande poder no mercado.
A palavra de Cavani aos dirigentes é de que a permanência não está atrelada a uma renovação de contrato. Em recente entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport, o uruguaio ainda comentou ter planos de encerrar a carreira ao fim do vínculo com o PSG.
Além do apreço pelo PSG, a decisão de Cavani em permanecer também passa por motivos familiares. A esposa está grávida do terceiro filho do jogador e quer concluir o período de gestação em Paris.
A relação com a torcida
Cavani é o maior artilheiro da história do PSG e carrega a idolatria da organizada do PSG. Ele é quem controlou à base de conversa, por exemplo, crises vividas como a eliminação na Liga dos Campeões.
Na recente derrota na final da Copa da França para o Rennes, o elenco do PSG não conseguiu contato com a organizada após o jogo. Até mesmo Marquinhos, outro com boa relação com a torcida, encarou a ira dos apoiadores que atiravam objetos em direção aos jogadores. Neste cenário, o único que teve o nome exaltado foi Cavani.
O apoio por completo foi repetido neste final de semana no empate por 1 a 1 entre PSG x Nice, no Parque dos Príncipes, pelo Campeonato Francês. Cavani perdeu um pênalti ao fim do jogo e mesmo assim foi ovacionado no estádio.
"O público parisiense é peculiar. Eles adoram jogadores que abrem o coração e demonstram amor pelo clube, próximo com o que faz o Cavani. Em Paris, o talento não é suficiente. Mas demonstrar um pouco de ligação afetiva com Paris é fundamental", explicou Frederic Goulard, repórter do jornal francês Le Parisien.
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