As glórias do boxe brasileiro

As glórias do boxe brasileiro

Na categoria de peso leve tínhamos, Pedro Galasso (o primeiro brasileiro a conquistar o título sul-americano de boxe profissional, até os anos 80 o campeão sul-americano era de fato o melhor da categoria na América do Sul), Ralph Zumbano, Romeu Barbosa, Kaled Curi, Gibi (Sebastião Ladislau) entre outros ótimos boxeadores.
No peso médio: Nelson de Andrade, Milton Rosa, Paulo Sacomã, Paulo de Jesus, todos finalistas nas noitadas de sexta-feira no ginásio do Pacaembu e quando o ginásio do Ibirapuera foi inaugurado, recebeu a luta entre Milton Rosa e Paulo de Jesus.
Das grandes noitadas de boxe profissional nos anos 50 saiu o campeão mundial Eder Jofre em 1960. Ele, Eder Jofre inspirou muitos outros a começarem na prática da modalidade, nos anos 70 vieram Servílio de Oliveira, Luís Carlos Fabre, João Henrique, Miguel de Oliveira, Juarez de Lima, Luís Faustino Pires entre outros.
Ainda nos anos 70 toda terça-feira acontecia o boxe amador  no CMTC Clube e na sexta-feira o boxe profissional, ambos com transmissão ao vivo pela TV Gazeta, fazia a narração das lutas  Perão de Castro e os comentários  Newton Campos. O empresário e promotor de lutas Kaled Curi ainda fazia programações de boxe profissional nos ginásios do Pacaembu e Ibirapuera.
Nesse período os lutadores pesado Luís Faustino Pires, o médio Luís Carlos Fabre, o super leve João Henrique e o mosca Servílio de Oliveira eram campeões sul-americanos, Juarez de Lima brilhava na Europa e EUA, os empresários brasileiros trouxeram o Muhammad Ali para fazer uma exibição no ginásio do Ibirapuera, Eder Jofre conquista o título mundial do peso pena em 1973 e em 1975 outro brasileiro, Miguel de Oliveira também é campeão mundial.
No final dos anos 70 o peso galo Danilo Batista e o peso pena José Francisco de Paula disputam os títulos mundiais de suas respectivas categorias.
Na década de 80 fazem a transferência para o boxe profissional Chiquinho de Jesus, Adilson "Maguila" Rodrigues, Thomaz da Cruz, brilham nos ringues, os três são campeões brasileiros e sul-americanos, a televisão volta a transmitir o boxe brasileiro, o colunista que lhes  escreve,depois de encerrar carreira no boxe amador em 1982, entusiasmado volta a lutar em 1985 como profissional e também conquista o título brasileiro e sul-americano de sua categoria.
Pouco tempo depois, em 1987 o Thomaz da Cruz tem a chance de lutar pelo título mundial, com o  fenômeno Júlio César Chavez,e eu também tive a chance de disputar o título mundial em 1988, mas de uma categoria acima da que eu  lutava e com outro astro do boxe mundial, Azumah Nelson e o Chiquinho de Jesus em 1989 também disputou o título contra o boxeador das Ilhas Virgens, Julian Jackson.
Os três brasileiros perderam suas lutas como desafiantes aos títulos mundiais, mas para boxeadores que hoje estão no Hall of Fame. O boxeador brasileiro mais famoso, "Maguila" não lutou pelo título mundial,mas lutou e perdeu para pesos pesados que fizeram história, Evander Holyfield e George Foreman.
Todas as lutas citadas acima foram televisionadas ao vivo para todo o Brasil e com isso deu impulso a outros para iniciarem a carreira no boxe profissional, o Peter Venâncio iniciou carreira no boxe profissional também, transferiu-se para os EUA e lá também teve a oportunidade de lutar pelo título mundial contra Willian Joppy, perdeu mas, também chegou a disputar o cinturão. Então vieram outros dois brasileiros que conquistaram os títulos mundiais de boxe profissional, Acelino "Popó" de Freitas que fez uma carreira espetácular e Valdemir "Sertão" Pereira.
Com a derrota do peso cruzador Laudelino Barros no dia 26/10/2013, atualmente nos resta Patrick Teixeira em condições de representar bem o nosso país no cenário do boxe profissional.
No boxe amador brasileiro existe há algum tempo o sonho que todos das equipes brasileiras tiveram um dia, não precisar trabalhar, treinar boxe em dois períodos, participar de campeonatos internacionais, treinar em outros países que tenham melhores resultados no boxe olímpico e ainda receber um dinheiro. Isso só é possível com a Lei de Incentivo ao Esporte e resultou em três medalhas olímpicas nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012.
Nessa coluna coloco minha preocupação não apenas com o boxe profissional brasileiro no momento, mas com sucessores, é necessário termos personalidades na modalidade para incentivar jovens a praticar boxe.
Em anexo o leitor poderá ver boxeadores que fizeram carreira no boxe amador, até representantes olímpicos, mas que fizeram belíssima carreira no boxe profissional, Eder Jofre é um ícone, outros como Kaled Curi, Ralph Zumbano, Gibi (Sebastião Ladislau), Paulo de Jesus, Paulo Sacomã, Lúcio Inácio, Vicente dos Santos e Ítalo Hugo Merigo que brilharam nos ringues.
Representantes do boxe brasileiro na cidade de Santiago do Chile em 1946, da esquerda para a direita temos: Almeirão Santana (mosca), Giacomo Boserone (leve), Aristide Jofre (técnico), Kaled Curi (galo), Sebastião Alves (meio médio), Lúcio Inácio (meio pesado - ele foi técnico de boxe do Senador Eduardo Matarazzo Suplicy e quando eu o conheci era advogado), Vicente dos Santos (pesado - Vicentão, "O Touro de Osasco"), Angêlo Silva (médio) e Ralph Zumbano (leve).
Cartaz Curso "A História do Boxe": 
Os irmãos Waldemar Zumbano e Ralph Zumbano;
Ítalo Hugo Merigo;
Foto senssacional de Eder Jofre e o mexicano Eloy Sanchez assinando contrato para a disputa do título mundial dos pesos galo em 18/11/1960, luta que foi realizada em Los Angeles e que Eder Jofre conquistou o título mundial, entre eles está o melhor boxeador de todos os tempos, Sugar Ray Robinson;
Paulo Sacomã em destaque;
Eder e seu pai Kid Jofre;
E o colunista que escreve.
Cartaz II Workshop de Boxe:
Gibi (Sebastião Ladislau) em uma das antológicas lutas com Kaled Curi;
Ìtalo Hugo Merigo;
Eder Jofre, Sugar Ray Robinson e Eloy Sanchez;
Eder Jofre batendo um direto em seu adversário;
O colunista treinando com o palestrante do Workshop, Luiz Camargo Wolfmann;
Os técnicos de boxe, Gaucho do Corinthians, Antônio Carollo da Pirelli e Arlindo de Oliveira do CMTC Clube.
O técnico Molina colocando luvas em Paulo de Jesus.



Fotos: Arquivo pessoal do colunista
Imagem: CowboySL

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