Pouco interesse no Mundial feminino e público reduzido no Beira-Rio marcam o domingo de nossas seleções

Pouco interesse no Mundial feminino e público reduzido no Beira-Rio marcam o domingo de nossas seleções

É inacreditável a falta de interesse dos desportistas brasileiros pelo futebol feminino, Apesar de representado pela  formidável Marta Vieira da Silva, seis vezes eleitas melhor futebolista do mundo, o naipe feminino do esporte bretão ainda está longe de decolar no Brasil como esporte das multidões, ao contrário do que acontece com o futebol masculino que há muitos anos virou paixão nacional.
 
O Brasil estreou na manhã deste domingo na Copa do Mundo de Futebol Feminino, derrotando a Jamaica por 3 a 0, todos os gols assinalados por Cristiane, mas o passeio de bola das brasileiras sobre as jamaicanas foi ignorado por grandes contingentes de brasileiros que, mesmo com transmissão do jogo ao vivo em canal aberto de TV, sequer tomaram conhecimento de que o Brasil havia começado bem o Mundial feminino de 2019.
 
Constatei isso indagando pessoas de ambos os sexos acerca dessa estreia vitoriosa do Brasil,  grande maioria das quais sequer sabia que nosso país estava participando do Mundial feminino de futebol.  
 
Ao perguntar a uma mulher se tinha assistido na TV ao jogo da seleção brasileira contra a Jamaica, ela disse que eu estava engado, observando que  o jogo do Brasil seria à tarde e que o adversário não seria a Jamaica e sim Honduras.  
 
Incrível. Mesmo sendo mulher, essa torcedora sabia tudo sobre o amistoso da seleção de Tite nesse domingo, mas nada sabia acerca das meninas do Brasil que tinham feito bonito,estreando com vitória no Mundial Feminino,  praticando um futebol de encher os olhos. 
 
Acredito que o pouco interesse pelo futebol feminino deve-se ao fato de não existirem clubes de ponta dedicados exclusivamente ao futebol praticado por mulheres.
 
Até existem alguns, como a Sociedade Esportiva Kindmann, de Caçador, em Santa Catarina, mas se trata de uma pequena agremiação praticamente desconhecida no país. 
 
As atletas que vestem camisas de clubes tradicionais do futebol brasileiro não têm a carreira acompanhada par e passo pelas torcidas desses clubes, cujas  paixões clubísticas são voltadas exclusivamente aos craques do time masculino .
 
Se perguntar a um torcedor do Internacional, por exemplo, que lugar ocupa seu clube no campeonato brasileiro de futebol feminino desde ano, dificilmente ele saberá dizer que o Inter está em terceiro lugar na competição. 
 
Isso deixa claro que, mesmo que o Inter se torne este ano campeão brasileiro de futebol feminino,isso não diminuiria a frustração de sua torcida diante de uma eventual má jornada colorada no Brasileirão masculino de 2019. 
 
Resumo da ópera: enquanto o brioso futebol das companheiras de Marta permanecia relegado ao plano secundário, em plena estreia na Copa do Mundo, milhares de brasileiros preparavam suas bandeiras para irem ao estádio Beira-Rio na tarde dominical ver a seleção de Tite disputar um jogo-treino diante da pouco qualificada seleção de Honduras. . 
 
A propósito desse jogo, que o Brasil ganhou de 7 a 0, houve quem visse a fácil vitória como prova de melhoria da seleção de Tite, classificando isso como prenúncio de sucesso brasileiro na Copa América que vem aí. 
 
Que me perdoem os que pensam em contrário, mas as duas vitórias brasileiras nos jogos preparativos para a disputada do certame continental, contra Catar e Honduras, não servem para conclusão alguma, haja vista a fragilidade do futebol apresentado por ambos os adversários.
 
Aliás, a escassez de espectadores no Beira-Rio (pouco mais de 16 mil pessoas) revela a insgnificância do confronto, que aos olhos dos torcedores não passou de um joguinho por laranja, sem um mínimo de condições para atrair um grande público ao local do espetáculo.
 
Achei um insensatez do técnico Tite ter escalado Neymar para um jogo amistoso às vésperas de o Brasil estrear na Copa América, no qual resultou lesionado e cortado da seleção. 
 
Craque é craque e não precisa provar nada, podendo ser preservado em certos preparativos voltados ao condicionamento tático do time com vistas a confrontos importantes que estão próximos de acontecer. 
 
É possível que o técnico brasileiro tenha escalado o que tem de melhor para  enfrentar Catar e Honduras por precisar dessas vitórias para fazer esquecer um pouco mais o fracasso na Copa da Rússia, onde nossa seleção foi eliminada precocemente pela mediana equipe representativa da Bélgica. 
 
Talvez a goleada de 7 a 0 aplicada no time de Honduras com dez jogadores em campo tenha despertado em Tite uma pontinha de orgulho ante a suposição de havermos resgatado nela uma pequena parte da dignidade perdida no massacre de 7 a 1 sofrido diante da Alemanha na Copa de 2014. 
 
Agora, voltando o foco para os jogos do Brasieirão, temos de convir que  o Grêmio de Renato Portaluppi foi o grande beneficiado da 9ª rodada, em termos de avanço na tabela de classificação. 
 
Com a vitória chorada de 1 a 0 diante do Fortaleza, em Caxias do Sul, gol de Pepê, o tricolor saltou da 19º para a 13ª colocação no certame,  distanciando-se quatro posições da Zona de rebaixamento, na qual vinha marcando passo, causando constrangimento e medo à sua entusiástica torcida. 
 
Esse desafogo gremista, permanecendo fora do Z-4 durante a paralisação do campeonato no desenrolar da Copa América, dá moral ao time para um bom aproveitamento desse recesso no sentido de reencontrar o padrão de jogo ideal, ainda tão ausente na presente temporada.    
 

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Foto: UOL

SOBRE O COLUNISTA

Lino Tavares é jornalista diplomado pela PUC/RS, especializado em jornalismo impresso, televisionado, radiofônico e cinematográfico, além de habilitação polivalente em Relações Públicas e Publicidade/Propaganda.

Possui, ainda, o Curso de Especialização em Comunicação Social do Centro de Estudos de Pessoal do Exécito (Rio-RJ) e o de Treinador de Futebol, pat... Saiba Mais

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