O período em que a Copa Libertadores divide espaço com os campeonatos regionais dos estados que têm representantes na competição assemelha-se àquele dia em que a Lua se interpõe entre o Sol e a Terra, provocando o que chamamos de eclipse. 

 

A sombra do certame continental, que ultimamente anda se projetando até sobre o campeonato brasileiro, faz com que esses clubes se desmobilizem nas disputas caseiras, poupando energia física e psicológica, em função da insignificância da taça regional, que hoje se afigura de forma opaca em suas galerias de troféus.  

 

Por conta dessa "relaxada" em tempo de Libertadores, Grêmio e Internacional atuaram com equipes reservas no Gre-Nal desde domingo, na Arena, que para ambos os clubes, já classificados para a próxima etapa, não passava de um jogo por laranja. 

 

O tricolor de Renato Portaluppi venceu o Colorado de Odair Hellmann pelo escore mínimo, gol assinalado no primeiro tempo pelo lateral Leonardo Gomes, até então o único titular gremista na partida. 

 

Na visão de um bom analista, contudo, o Internacional fez mais bonito do que o rival que o derrotou, pois vendeu caro a derrota atuando a maior parte do jogo com dez atletas, devido à expulsão do jovem Nonato, que levou o terceiro cartão amarela aos 28 minutos da etapa inicial. 

 

Além disso, o time gremista tentou alcançar uma vitória mais folgada, mandando a campo nos minutos finais da partida jogadores de peso como Everton e Diego Tardelli e, mesmo assim, não conseguiu chances vivas de gol para ampliar o placar.

 

Pelo contrário, quem desfrutou dessas oportunidades foi o Internacional, que por muito pouco não chegou ao gol de empate, após reorganizar seu meio de campo e se lançar ao ataque na tentativa de desfazer o placar desfavorável. 

 

Percebe-se, sem muito esforço,  que tanto em seu elenco de reservas quanto no de titulares o Grêmio ainda possui um grupo de jogadores mais qualificado do que o do rival colorado. 

 

Contudo, a equipe gremista não está sabendo tirar proveito dessa melhor qualificação, pois quem está se dando bem no certame mais importante que ambos disputam é o Internacional, que. se não têm sido brilhante em suas apresentações, tem revelado uma solidez tática que o rival ainda não logrou alcançar nesta temporada.  

 

O desacerto tático do time gremista, que se repetiu no segundo tempo do Gre-Nal de hoje, começa a soar como um sinal de alerta na Arena do Mosqueteiro, denunciando que algo de estranho está acontecendo com o comando técnico do tricolor, que ainda não conseguiu repetir em 2019 aquela equipe harmônica dos últimos três anos, que parecia uma orquestra sabiamente regida pela batuta de Renato Portaluppi. 

 

O que se viu hoje no choque-rei do futebol dos Pampas, na tarde-noite deste domingo, foi o time de reservas do Grêmio se transformar em equipe mista, na segunda metade da etapa complementar, caindo estranhamente de produção diante de um Inter pleno de reservas e com um homem a menos no gramado. 

 

Não se tem conhecimento de que o treinador gremista Renato Portaluppi esteja enfrentando algum problema pessoal, que fuja ao conhecimento da mídia. Mas que parece.... parece. 

 

Afinal, ninguém desaprende a treinar futebol de um momento para outro. Felipão é a prova disso. 

 

Quando parecia acabado como técnico, após os 7 a 1 diante da seleção da Alemanha e a tosca passagem de retorno ao Grêmio, volta ao Palmeiras de forma triunfal, vence o Brasileirão e começa ganhando todas na Libertadores, comandando o Verdão do Alianz Parque. 

 

Espera-se que Renato faça o Grêmio desencantar nos próximos jogos da Libertadores, e que não se iluda, nem por hipótese, com essa liderança absoluta no Gauchão, que mesmo que venha a se transformar em título não atestará absolutamente nada. 

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