Grandes Clubes do Brasil estão nivelados por baixo

Grandes Clubes do Brasil estão nivelados por baixo

Quando uma sociedade empobrece, os efeitos desse empobrecimento refletem de forma mais acentuada sobre os mais ricos, cujo padrão de vida cai, aproximando-os dos menos aquinhoados, que pouco têm a perder nessas situações já que quase nada tinham no tempo das "vacas gordas".
 
A sociedade brasileira empobreceu brutalmente a partir da chamada redemocratização, que nos alargou horizontes no direito de opinar, mas nos estreitou as condições financeiras relacionadas ao poder aquisitivo. 
 
Como entidades partícipes do processo social, os clubes de futebol do nosso país sentiram essa queda no aspecto financeiro e caíram de padrão, aproximando-se das agremiações de menor porte, razão pela qual já não conseguem superá-las em campo com a mesma facilidade de 30 anos atrás. 
 
Para sustentar a tese, tomo como exemplos mais expressivos os clubes de maior torcida do país e mais o São Paulo, que sempre foi uma referência de entidade esportiva bem estruturada do Brasil.
 
Começo pelo rubro-negro carioca, que depois de liderar o Brasileirão do ano passado, passou a caminhar na marcha ré, descendo na tabela e  a duras penas conseguiu terminar o campeonato como vice-campeão, mais por deméritos do Internacional, que despencou na reta final do que pelos próprios méritos 
 
Neste início de temporada, até chegou-se a acreditar que o "Mengão" se preparava para um salto de qualidade em 2019, com boas contratações que o tornavam mais qualificado do que aquele time com que disputou o campeonato brasileiro de 2018. 
 
Mas veio a tragédia do alojamento do Ninho do Urubu, caracterizada por quase total irresponsabilidade da diretoria do clube, e o Flamengo agora dá sinais claros de que já sente os efeitos da desgraça, o que ficou claro no Fla-Flu que perdeu, cedendo ao Fluminense a chance de disputar a final da Taça Guanabara. 
 
Isso pode não parecer muito, mas acena com a possibilidade de mais uma participação insatisfatório do Flamengo na fase de grupos da Libertadores, que vem aí. Tomara que não, mas que a ameça existe... isso não se pode negar 
 
Sobre o Corinthians, campeão de 2017 quando os demais choravam de ruins, compete dizer que até agora a volta do técnico Fábio Carille pouco acrescentou ao grupo sofrível do ano passado, já que é notória a ausência no elenco daquele mínimo de craques qualificados desejáveis num time dessa envergadura. 
 
Aquele jogo do placar mentiroso de 4 a 2 diante do mosdestíssimo Avenida, de Santa Cruz do Sul, que disputa a 4ª divisão do campeonato brasileiro, é um atestado eloquente do pouco futebol que vem sendo desenvolvido pelo rubro-negro paulista. 
 
Recorde-se que nesse jogo da Copa do Brasil  o Corinthians pregou um enorme susto em sua torcida, levando dois gols no início da partida  e só conseguindo reverter o placar adverso, com alguma folga, porque a defesa do Santa Cruza é muito fraca. É a mesma que levou 6 a 0 do Grêmio, pelo Gauchão e pela decisão da Recopa do campeonato gaúcho. 
 
O São Paulo, por sua vez, depois de se tornar o Clube brasileiros com mais títulos internacionais, entrou num declínio assustador nos últimos anos. 
 
Tal como o Flamengo, chegou até a liderar o Brasileirão do ano passado. Mas era fogo de palha, pois logo começou a descer na tabela e, mal e porcamente, conseguiu classificação para a pré-Libertadores, acabando o certame na 5º colocação. 
 
Ratificou a má fase, sendo desclassificado na etapa preliminar do torneio continental, ao empatar em 0 a 0 no Morumbi com o quase desconhecido Talleres, de Córdoba, depois de ter perdido o jogo de ida por 2 a 0 para o clube argentino.
 
Alguém pode rebater a tese, citando clubes que hoje vivem uma situação razoavelmente boa como Palmeiras, Grêmio, Cruzeiro e Atlético Mineiro. 
 
Vale observar contudo que o empobrecimento futebolístico de que falo remonta cerca de três décadas, no decorrer das quais três desses citados clubes sentiram o gosto amargo do descenso,  mergulhando no desconforto da segunda divisão. 
 
O Cruzeiro não chegou a esse ponto, mas também pouco acrescentou na sua evolução futebolística, uma vez que nas disputas transcendentais ao futebol brasileiro ganhou nesse período apenas uma Libertadores e continua a dever à sua torcida a conquista do Mundial de Clubes. 
 
Cumpre incluir ainda nesse empobrecimento clubístico o Santos, que nos tempos áureos do rei Pelé chegou a ser apontado como o clube mais famoso do Planeta, 
 
Além de não ganhar quase nada a nível nacional na era da "Nova República", o Peixe da Vila fez da Libertadores, que ganhou aos trancos e barrancos, um passaporte macabro para levá-lo ao Mundial da FIFA e aprontar aquele fiasco, na decisão diante do Barcelona quando foi goleado por 4 a 0 pelo clube catalão,
 
Diante desse quadro, iniciamos mais uma vez a participação brasileira na Copa Libertadores da América praticamente convictos de que o despencar prematuro de clubes brasileiros no torneio, como tem acontecido nos últimos anos, será inevitável.
 
E o que é pior, com eliminações precoces diante de "clubecos" acerca dos quais muitos de nós jamais ouvimos falar nos tempos de infância.
 
Outro dia ouvi essa de um torcedor ancião: "aparece cada time na Libertadores de hoje que mais parece nome de remédio". 
 
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Foto: UOL

SOBRE O COLUNISTA

Lino Tavares é jornalista diplomado pela PUC/RS, especializado em jornalismo impresso, televisionado, radiofônico e cinematográfico, além de habilitação polivalente em Relações Públicas e Publicidade/Propaganda.

Possui, ainda, o Curso de Especialização em Comunicação Social do Centro de Estudos de Pessoal do Exécito (Rio-RJ) e o de Treinador de Futebol, pat... Saiba Mais

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