Ana Marcela Cunha e Isaquias Queiróz foram os premiados. Foto: Alexandre Loureiro/Exemplus/COB

Ana Marcela Cunha e Isaquias Queiróz foram os premiados. Foto: Alexandre Loureiro/Exemplus/COB

Como eu já havia previsto deu a lógica nas principais premiações para os melhores atletas do ano, no Prêmio Brasil Olímpico 2018: Isaquias Queiroz, no masculino, e Ana Marcela Cunha, no feminino.

Ana Marcela novamente teve um grande ano e terminou a temporada com o tetracampeonato do Circuito Mundial de Maratonas Aquáticas e foi eleita pela quinta vez como a melhor do mundo na modalidade. Ela levou a melhor sobre Ana Sátila, que conseguiu a primeira medalha do país num mundial de canoagem slalom e da veterana Marta, eleita a melhor do mundo pela FIFA.

No masculino foi a vez de Isaquias Queiróz, da canoagem velocidade, ficar com o troféu, depois dele ter conquistado três medalhas no mundial de Portugal, sendo duas de ouro, uma no C-1 500 e outra no C-2 500, ao lado de Erlon Souza. Ele concorria com o surfista Gabriel Medina, bicampeão do Circuito Mundial de Surfe e do skatista Pedro Barros, também campeão mundial em 2018.

Os principais treinadores do ano também foram premiados. Nos esportes individuais, Fernando Possenti, o técnico de Ana Marcela Cunha, levou o “Troféu Jesus Mórlan”, em homenagem ao treinador de Isaquias Queiróz, que morreu esse ano. Nos esportes coletivos, Renan Dal Zotto, do vôlei, ficou com o “Troféu Bebeto de Freitas”. Ambos merecidos.

Talvez a mais surpreendente eleição da noite foi a do “Atleta da Torcida”, nem tanto pelo que ele fez no ano, mas por ser um esporte que ainda não tem tanta popularidade, o ciclismo mountain-bike. O troféu ficou com Henrique Avancini, que em 2018 ganhou o mundial de MTB Maratona, que não é olímpico, mas chegou em segundo no ranking mundial e em quarto no Circuito Mundial da modalidade.

Foram escolhidos para o Hall da Fama do Comitê Olímpico Brasileiro as jogadores de vôlei de praia Jackeline Silva e Sandra Pires, que ganharam a primeira medalha de ouro feminina do país, em 1986, o velejador Torben Grael, dono de cinco medalhas olímpicas, e Vanderlei Cordeiro de Lima, maratonista que perdeu o ouro em 2004, em Atenas, por ter sido atrapalhado por um torcedor durante a maratona.

Jackeline Silva também conquistou o “Troféu Adhemar Ferreira da Silva”, pelo conjunto de sua obra esportiva, seja no vôlei de quadro como na praia. E o “Troféu do COI” foi dado ao treinador de judô Geraldo Bernardes, o Geraldinho, revelador de talentos como Flávio Canto e Rafaela Silva e que se notabilizou no Rio, em 2016, por treinar dois judocas refugiados de guerra naquela olimpíada.

Foi uma grande noite, com homenagens merecidas e a certeza que o país ainda pode crescer muito esportivamente, mas sem apoio tudo fica mais complicado. E o novo presidente ainda acaba com o Ministério do Esporte, assim fica realmente mais difícil.

SOBRE O COLUNISTA

Jornalista com passagens pela Rádio Jovem Pan, Sportv e Fox Sports é especialista em esportes olímpicos.

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