Na última semana tivemos a disputa do Troféu Princesa Sofia, de Iatismo, em Palma de Mallorca, na Espanha, uma das principais competições da modalidade, com mais de 1.200 participantes inscritos, representando 68 países.

O Brasil contou com 22 competidores e a principal expectativa de medalha foi concretizada, com o ouro das campeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunze, na 49er FX. É a principal esperança de medalha do país em Tóquio em 2020 e já tem vaga garantida na competição.

A dupla  fez uma competição consistente, conquistando quatro vitórias, em quinze regatas, e só não chegando entre as dez primeiras posições em duas delas. Mesmo não sendo realizada a regata da medalha, por falta de ventos, terminou 17 pontos à frente da dupla neozeolandesa.

O segundo principal resultado do país foi na classe 470 feminina, com a dupla Fernanda Oliveira e Ana Barbachan. Elas terminaram em 6º lugar, com uma vitória em  onze regatas e só não foram melhor porque terminaram em útlimo a regata da medalha.

Outra esperança de medalha na próxima olimpíada, Jorge Zarif, campeã mundial da classe Finn, em 2013, e sexto lugar na Rio 2016, não foi regular, apesar da 10ª colocação. Seus melhores resultados foram três 5ºs lugares, mas dá para esperar mais dele.

A grande surpresa ficou por conta de Bruna Martinelli, na RS:X, terminando na 10ª colocação. A principal velejadora na classe é a experiente Patricia Freitas, que já participou de três olimpíadas, mas Bruna, que estava na Nacra 17, ao lado de Samuel Albrecht, não fez feio.

Outra boa surpresa veio na 470 masculina, com a 12ª colocação de Geison Mendes e Gustavo Thiesen, que só não foram para a regata da medalha por dois pontos. Seus melhores resultados foram dois 2ºs lugares. A outra dupla na classe, Henrique Haddad e Felipe Brito, terminou em 36º, mas curiosamente chegaram em primeiro na terceira regata.

Na classe Laser, que já tem vaga para Tóquio, a briga deverá ser muito boa. Robert Scheidt, que voltou a competir, foi o melhor brasileiro, terminando em 12º. Bruno Fontes terminou em 19º. Ambos tiveram como melhor resultado uma 5ª colocação. A decepção ficou por conta de João Pedro Oliveira, responsável pela conquista da vaga, que terminou em 60º.

Vale destacar que as vagas são da Confederação Brasileira, e não do atleta, por isso, mesmo conquistando a vaga no Mundial de Classes Olímpicas, João Pedro vai ter de brigar por ela com Scheidt e Fontes.

Outra classe que já tem vaga para Tóquio, a Nacra 17, teve um grave problema durante a competição. Samuel Albrecht, responsável pela classificação olímpica, ao lado de Gabriela Nicolino de Sá, sofreu uma fratura em um dos dedos, o que comprometeu a participação da dupla. A outra dupla, formada pela medalhista olímpica Isabel Swan e João Siemsen, ficou em 26º.

A 49er masculina também ficou abaixo do esperado, com Marco Grael e Gabriel Borges terminando em 27º, e a Laser Radial, de Gabriela Kidd, ficando em 47º. Não tivemos nenhum participante na RS:X masculina, que tem como titular Brenno Francioli.

No final não tivemos grandes surpresas, e a expectativa para Tóquio segue sendo na 49er FX, na 470 feminina, na Laser e na Finn. Falta muito tempo e fica a torcida para que outras classes também possam crescer e estar na briga por medalha na ilha de Enoshima, no ano que vem.

SOBRE O COLUNISTA

Jornalista com passagens pela Rádio Jovem Pan, Sportv e Fox Sports é especialista em esportes olímpicos.

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