Meia atacante relembrou episódios de violência no Timão. Foto: Rodrigo Coca/Ag Corinthians

Meia atacante relembrou episódios de violência no Timão. Foto: Rodrigo Coca/Ag Corinthians

Despedindo-se do Corinthians, o meia Willian não esconde os motivos que o levaram a deixar o clube. Em entrevista à TV Globo, o agora ex-camisa corintiano afirmou que as ameaças que sofreu e que também foram direcionadas à sua família foram decisivas para que optasse por sair.

“Quando voltei ao Brasil, voltei com muita vontade de jogar pelo Corinthians, sabia da pressão, da cobrança, das críticas que iria receber, mas não vim ao Brasil para ser ameaçado, para ter minha família ameaçada a cada jogo que perdia ou se eu não fizesse um bom jogo. Esse é o principal motivo. Sei que não são todos os torcedores, sei que é a minoria, mas ela acaba causando um impacto muito grande e um dano mental, principalmente nas minhas filhas. Emocionalmente isso afeta bastante”, afirmou Willian.

“Muita gente pode achar que é mi-mi-mi, que estou dando uma desculpa esfarrapada para ir embora... Eu não precisaria fazer isso, porque eu abri mão de muita coisa para poder vir ao Corinthians, não só financeiramente, mas da vida que eu tinha. Aqui no Brasil ia ser uma vida completamente diferente, para mim e para minha família. Mas quando se trata de ameaças, à família principalmente, a gente fica preocupado. Minha família é meu maior patrimônio, então eu tenho que zelar por eles”, declarou.

“Ficam normalizando a situação, romantizando as agressões, todas essas coisas que acontecem e vem acontecendo no futebol brasileiro, não tem o que dizer para eles, acham que é normal, que tem que ser assim mesmo, mas para mim não é. Essa é uma causa que todos os jogadores precisam brigar. O torcedor não pode ir na sua família depois de uma derrota e xingar, usar palavras que não têm cabimento. Esse é o recado, minha saída do clube foi por esses motivos”, completou o meia.

Willian ainda listou episódios que o levaram a pedir para rescindir com o Timão e destacou que não teve nenhum problema com o técnico Vítor Pereira.

“Um dia pedrada no ônibus, depois um torcedor invade o campo com uma faca, outro dia torcida invade centro de treinamento, outro dia a torcida briga com os jogadores no aeroporto. A família, querendo ou não, fica preocupada com isso também. Sem dúvida nenhuma são esses os motivos. Não tem nenhum outro motivo, realmente são esses os motivos da minha saída do clube”, afirmou.

˜Não tive nenhum problema com o treinador. Não tive problema com ninguém do clube na verdade, sempre fui tratado com muito respeito e muito carinho dentro do clube, tanto pelos funcionários quanto pelos jogadores, pelo Duilio, pelo Alessandro, o Roberto de Andrade, todos. A comissão técnica ali também, não tive problema com nenhum”, finalizou.

 

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