Jorge Sampaoli e Jorge Jesus inovaram em suas passagens pelo futebol brasileiro.
Inovaram é pouco.
Revolucionaram.
Não, não se trata de exagero. O Santos, de Sampaoli, e o Fla, de JJ, encantaram. O Fla, claro, muito mais. Pois que tinha, e tem, elenco recheado de craques.
Pelo Flamengo JJ fez história.
Foi campeão do Campeonato Brasileiro, da Libertadores da América, Supercopa do Brasil, Recopa Sul Americana e Campeonato Carioca.
Muito mais do que os títulos, Jesus deixou no Brasil a lembrança de um futebol jogado com velocidade, força ofensiva, deslocamentos rápidos, aplicação na marcação.
Todas estas virtudes eram resultados de muito treinamento.
O que significa dizer que a revolução implantada tinha como suporte uma metodologia de treinamentos que o país pentacampeão do mundo desconhecia.
E ainda desconhece.
Pois JJ não permitia que ninguém assistisse aos treinamentos que orientava aos jogadores.
Jorge Sampaoli fez o mesmo no Santos.
Proibiu até integrantes da comissão técnica do clube (Serginho Chulapa, O artilheiro indomável, entre eles) de verem o que estava sendo trabalhado nos campos de treinos do CT Rei Pelé.
Jorge Jesus ganhou tudo o que disputou.
Jorge Sampaoli, com um elenco bem mais modesto, desprovido de craques capazes de decidirem jogos e conquistarem títulos – Soteldo e Marinho são bons jogadores, mas não são decisivos -, marcou a sua presença por aqui pela intensidade do jogo mostrado pelo Santos, que exibia outras valências, como a coragem e a determinação para recuperar a posse de bola.
O caro leitor e a cara leitora podem argumentar que Jorge Sampaoli nada ganhou no Santos. Foi vice-campeão brasileiro.
E só.
No Galo conquistou apenas o campeonato mineiro.
Pouco, pelo grande investimento que o clube mineiro fez.
Sim, Sampa tem uma personalidade complicada. Cria área de atritos com os dirigentes.
Mas é inegável que trata-se de um treinador com muitos atributos, baseados, principalmente, nas modernas metodologias de treinamentos que aplica.
Abel Ferreira também faz história no Palmeiras. Mesmo sem muito encantamento, o que a torcida palmeirense jamais se esquecerá é dos títulos conquistados.
Abel marca o seu trabalho pela facilidade que tem para gerir o grupo de jogadores.
A parte mental é o seu ponto forte.
A identificação do elenco com o técnico é admirável.
E qual é a marca de Vitor Pereira no Corinthians?
Contratado em 23 de fevereiro, perdeu logo na estreia, para o São Paulo, dia 5 de março.
Chegou ao clube prometendo um futebol de muita intensidade, com marcação alta.
Não é o que se vê no time corintiano, que acaba de ser eliminado pelo Flamengo da Copa Libertadores e terá de superar o Atlético Goianiense, após perder a o jogo de ida, por 2 a 0, pela Copa do Brasil.
Trata-se de uma equipe sem identidade.
Vitor Pereira oscila entre os jogadores jovens (os miúdos, como ele gosta de falar) e os mais rodados.
William já foi embora. Outros veteranos do grupo não escondem o descontentamento por serem frequentemente trocados pelos “miúdos”.
E, pior, o técnico português não dá ao torcedor corintiano a menor esperança de evolução.
Com Vitor Pereira, o que se vê em campo é um Timão sem rumo.