Partida entre Venezuela e Peru já foi sinônimo de jogo fraco, mas não é mais assim. Foto: AP

Partida entre Venezuela e Peru já foi sinônimo de jogo fraco, mas não é mais assim. Foto: AP

"Venezuela e Peru estão entre as seleções mais fracas do continente sul-americano". A afirmação até pode ter sido correta há algum tempo, mas hoje soa como inverdade. Em evolução, os times que fazem a partida inaugural para ambos na Copa América, às 16h (de Brasília), na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, deixaram de ser "saco de pancadas".

Os venezuelanos se estruturaram a partir da base. Foram vice campeões sul-americanos sub-20 e vice-campeões mundiais da mesma categoria em 2017. No elenco, possuem cinco jogadores egressos destas competições, entre eles o goleiro Fariñez.

O crescimento é facilmente verificado na curva ascendente no ranking da Fifa. A Venezuela chegou a ocupar a posição 129 na lista da entidade, em 2010 era o 47º, subiu uma posição no ano seguinte, em 2018 já aparecia em 31º e hoje está em 29º ao lado de Sérvia e Irlanda.

Na Copa América, a Venezuela foi quarta colocada em 2011, avançou às quartas de final em 2016 e agora acredita que pode mais.

"O crescimento tem sido mais notório pelos resultados alcançados. Mas sempre tivemos evolução. Às vezes mais lenta, às vezes mais notória e forte. E o que marca é o resultado. A minha participação é o aporte de quem seleciona, técnico, líder, quem faz a gestão das pessoas. Desde a preparação, procuramos o melhor de nossos jogadores. Hoje em dia, poder estar realizando melhores etapas de preparação nos permite chegar melhor como time. E individualmente, mais fortes", disse o técnico Rafael Dudamel, que treinou a equipe Sub-20 e hoje comanda a principal.

No último amistoso antes da Copa, a Venezuela aplicou 3 a 0 nos Estados Unidos em Cincinnati.

Já o Peru corre na mesma velocidade. Com Ricardo Gareca, ex-Palmeiras, no comando, a equipe atingiu o posto mais alto recentemente ao conquistar vaga na Copa do Mundo da Rússia. Depois de 36 anos alijados da maior competição de seleções de futebol, os peruanos deram trabalho para a campeã França na primeira fase, venceram a Austrália, mas acabaram eliminados porque perderam para Dinamarca.

Com a sequência do trabalho e o acréscimo de Paolo Guerrero após punição por doping, a equipe também entra na competição longe de ser considerada "zebra".

"Depois do Mundial, tratamos de nos olhar como time. Alternamos coisas boas com situações que temos que melhorar. Crescemos nas dificuldades, ganhamos experiência. A confiança nunca se perde, temos isso nos jogadores, fé, acreditamos muito neles. E por isso acreditamos que estamos evoluindo", disse Gareca.

O Peru ainda carrega apoio consistente da torcida. Muitos aficionados viajaram por horas e, empolgados com o momento do futebol do país, acompanharam treinamentos e estarão presentes nos jogos da seleção.

"O Dudamel (técnico da Venezuela crê em protagonismo e a opinião dele é totalmente respeitável. Nós também. Ele tem feito um grande trabalho, a Venezuela tem crescido muito, em categorias de base e também no principal. Certamente faremos um grande jogo", completou.

O último amistoso do Peru antes da estreia, porém, não foi bom. Uma derrota em casa por 3 a 0 para Colômbia. Venezuela e Peru estão no grupo A ao lado de Brasil e Bolívia, que se enfrentaram ontem, na abertura da competição.

FICHA TÉCNICA
VENEZUELA X PERU

Data e hora: 15/06/2018 (Sábado), às 16h (Brasília)
Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS)

Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Auxiliares: Alexander Guzmán e Jhon A. León (ambos colombianos)
Árbitro de vídeo: Leodán Gonzalez (URU)

VENEZUELA: Wuilker Faríñez; Ronald Hernández, Jordan Osorio, Mikel Villanueva e Roberto Rosales; Jhon Murillo, Junior Moreno, Tomás Rincón, Yangel Herrera e Jefferson Savarino; José Salomón Rondón.
Técnico: Rafael Dudamel

PERU: Pedro Gallese; Luís Advincula, Carlos Zambrano, Luis Abram e Miguel Trauco; Renato Tapia, Yoshimar Yotún, André Carillo e Christian Cueva; Yeferson Farfán e Paolo Guerrero.
Técnico: Ricardo Gareca

Últimas do seu time