Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

A repórter Luana Trindade, da Fla TV, reagiu com rigor a um comentário machista do comentarista Alexandre Tavares na transmissão do primeiro jogo da decisão do Campeonato Carioca entre Flamengo e Fluminense.

De maneira educada, foi veemente ao se insurgir contra o pedido do colega para que ela analisasse estilo de cabelo (dread) adotado pelo atacante Gabigol.

Veemência plenamente justificada, pois que, segundo ela mesma disse, não foi a primeira vez que o colega de transmissões fazia pedido com viés machista a ela.

Foi extremamente profissional. Merece todos os aplausos. Certamente Tavares entendeu o recado.

Com o ato, Luana Trindade passou a atrair mais atenção para o seu trabalho.

E o observador atento percebeu que, no final da partida em que foi incisiva com Tavares, Luana Trindade entrevistou o técnico Jorge Jesus.

Quem acompanha futebol, por dever de ofício ou por ser amante do esporte, esperava que ela perguntasse ao treinador português se ele vai continuar no Flamengo ou se aceitará a proposta do Benfica para retornar ao futebol português.

Luana Trindade não fez a pergunta que todos queriam que ela fizesse.

Ontem, após a conquista do Flamengo, mais uma vez ela ficou frente a frente com Jesus.

A pergunta era inevitável.

“O senhor vai continuar no Flamengo”?

Ela não fez a perguta.

Frustrou quem queria saber a resposta.

Por que ela não perguntou?

Achou que não deveria perguntar? Entendeu que a pergunta não era relevante?

Não se lembrou de perguntar?

Ou a direção do Flamengo a proibiu de perguntar?

Se a última alternativa é a verdadeira, Luana Trindade perdeu uma grande oportunidade de, mais uma vez, se posicionar profissionalmente.

Ao refutar o comentário machista de seu colega de transmissão, Luana subiu no conceito dos que assistiam à partida pela Fla TV.

Mas ao se submeter às exigências da direção do Flamengo, Luana sucumbiu.

Foi subserviente.

Se a proibição realmente existe, seria mais sensato da parte de Luana que ela avisasse quem estava acompanhando a transmissão que seguia uma orientação da direção da Fla TV para não questionar Jorge Jesus sobre a negociação com o Benfica.

Tiraria de seus ombros o peso de não ter feito a pergunta crucial para o momento de incertezas que ronda a permanência do treinador português no Brasil.

Quem buscou outra alternativa para tentar saber se JJ vai ou fica, foi dormir sem saber.

Em outro canal fechado, o máximo que o repórter de cobre o dia a dia do Flamengo soube informar é que nem Gabigol “que é tão próximo do Jorge Jesus, a ponto de fazer cosquinhas nele no vestiário após os treinos, tem informações sobre o futuro do treinador”.

Era a pérola que faltava para completar o festival de desinformação em que se transformou a novela `Jorge Jesus fica ou vai´.

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