Descendente de taiwaneses que vieram para o Brasil há 50 anos, Antonio explica que os torcedores se encontraram por causa do esporte

Descendente de taiwaneses que vieram para o Brasil há 50 anos, Antonio explica que os torcedores se encontraram por causa do esporte

A parte mais barulhenta da torcida por Thomaz Bellucci no segundo dia do Aberto do Brasil tinha olhos puxados. Um legião de descendentes de japoneses, chineses e taiwaneses batiam latinhas vazias de bolinhas de tênis a cada winner do brasileiro. No total, eram 51 pessoas, de crianças a avós, que se reuniram no anel superior do ginásio do Ibirapuera na noite desta terça-feira para ver Bellucci vencer o o colombiano Santiago Giraldo pela primeira rodada da competição.

Em uma das cadeiras da arquibancada estava um saco preto bem grande que foi usado para levar as latinhas. E eles se prepararam tão bem que deu para todo mundo na torcida ganhar um par. A distribuição ficou a cargo de Antonio Chou, 52 anos. Mas este era o único trabalho dele. Os coros de "Olê, Olê, Olá, Thomaz, Thomaz" eram iniciados pelos mais jovens.

Descendente de taiwaneses que vieram para o Brasil há 50 anos, Antonio explica que os torcedores se encontraram por causa do esporte. "A gente se conheceu na academia de tênis dos nossos filhos". A convivência ficou maior quando os alunos começaram a competir nos campeonatos da Federação Paulista de Tênis.

Para completar, ficaram mais próximos por fazer parte de clubes de pessoas com origem asiática. "Um conhecido chama outro, que vem com a família. Quando vimos formamos uma turma", declara Antonio. A legião asiática é composta majoritariamente por japoneses. Os chineses vêm na sequência e os taiwaneses são os menos numerosos.

Com o gosto por tênis e a amizade criada, virou tradição acompanhar os jogos de brasileiros em São Paulo. Como Thomaz Bellucci é o principal tenista do país no Aberto do Brasil, a torcida ficou toda com ele. O grupo é tão grande que ocupou várias fileiras de cadeiras no Ibirapuera. Os gritos são ouvidos no ginásio inteiro.

Como o brasileiro venceu, todos saíram satisfeitos e levaram as crianças para uma obrigação que não pode faltar: pegar autógrafos do jogador. Nesta quarta-feira, eles folgam, mas amanhã têm compromisso: estarão no ginásio do Ibirapuera torcendo por mais uma vitória de Bellucci, desta vez diante do austríaco Andreas Haider-Maurer. Prometem fazer sua parte batendo latinhas de tênis e fazendo muito barulho.

FOTO: UOL

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