Ex-corintiano Guilherme mostrou categoria em cobrança de pênalti

Ex-corintiano Guilherme mostrou categoria em cobrança de pênalti

José Eduardo Martins
Do UOL, em São Paulo (SP)

Depois da queda na semifinal do Campeonato Paulista para o Corinthians, o São Paulo sofreu um novo baque na temporada. Na noite desta quinta-feira, o Tricolor até deu esperanças de que seguiria na Copa do Brasil ao abrir dois gols de vantagem sobre o Atlético-PR no Morumbi. Mas o Furacão se aproveitou de apagão dos paulistas para buscar o empate por 2 a 2 e se classificar para as oitavas de final, com a ajuda da vitória por 2 a 1 no jogo de ida.

Os tricolores foram muito superiores no primeiro tempo, com muita raça, atitude e confiança para criar jogadas ofensivas. Nenê, mais uma vez destaque em horas decisivas, deu assistência para Valdivia abrir o placar e ainda fez o 2 a 0. Ainda no primeiro tempo, no entanto, o time de Diego Aguirre se abalou com gol de pênalti de Guilherme. Na volta do intervalo, a equipe de Fernando Diniz impôs ritmo acelerado, envolveu os donos da casa e empatou com Matheus Rossetto.

Com a nova dor de cabeça por uma eliminação, o São Paulo volta a pensar no Campeonato Brasileiro. No domingo, às 16h, o Tricolor visita o Ceará pela segunda rodada da Série A. Na estreia, o time paulista venceu o Paraná Clube por 1 a 0. Já o Atlético-PR, que começou o Brasileirão com 5 a 1 sobre a Chapecoense, vai a Porto Alegre encarar o Grêmio, às 19h, também no domingo. Na Copa do Brasil, o Furacão precisa esperar sorteio envolvendo os times que ainda estão na Libertadores para conhecer seu adversário nas oitavas.

Os melhores

Para que a proposta ofensiva do Furacão funcione, a participação de Guilherme e Pablo é essencial. E foi com belo desempenho da dupla que o empate rubro-negro foi construído. Guilherme, teoricamente, era o jogador mais avançado, mas voltava para armar e deixa os espaços necessários para Pablo infernizar os zagueiros. No São Paulo, Nenê foi o grande nome, com uma assistência e um gol.

Os piores

Por levar o giro de Valdivia no primeiro gol tricolor e pelo azar no desvio que gerou o segundo, Thiago Heleno saiu de campo como o pior atleticano da partida. Entre os são-paulinos, o volante Petros perdeu chance clara no início da partida e pouco apareceu depois, tanto marcando quanto atacando. Militão, atuando como zagueiro e às vezes lateral pela esquerda, também teve jornada ruim.

Sufoco da torcida

Horário ingrato, com complicações de trânsito, e ainda um protesto do Movimento dos Sem Terra (MST) nos arredores do Morumbi. A torcida do São Paulo precisou de paciência para chegar ao estádio nesta quinta. Tanto é que, quando a bola começou a rolar pela Copa do Brasil, ainda havia muita gente nas filas para cruzar as catracas. Um leitor enviou ao UOL Esporte um registro das dificuldades para chegar à arquibancada azul do Morumbi.

Blitz tricolor

O início de jogo do São Paulo lembrou muito o que foi feito nas quartas de final do Campeonato Paulista, contra o São Caetano. O time também precisava vencer por dois gols de diferença e se lançou para o ataque desde o começo. Desta vez, foi de Petros a chance de abrir o placar logo nos primeiros minutos, mas o chute de esquerda do volante saiu à direita de Santos. O goleiro do Furacão, aliás, colaborou com a pressão tricolor ao sair jogando errado e quase entregar gol para Valdivia.

Fim da resistência

O Atlético-PR tentou manter seu estilo de jogo, de posse de bola e sem chutões na defesa. O São Paulo não baixou a pressão. No conflito de estilos, o Tricolor conseguiu se sair melhor no primeiro tempo. Em um intervalo de nove minutos, os paulistas secaram a vantagem do Furacão. Primeiro, Nenê deu bela assistência de calcanhar para golaço de Valdivia. Depois, o camisa 7 arriscou de fora da área e contou com desvio em Thiago Heleno para abrir 2 a 0.

Esperança rubro-negra

Uma reação parecia improvável para o Furacão. O São Paulo jogava bem e já tinha boa vantagem no placar quando o time de Fernando Diniz, enfim, tentou se impor no ataque. Aos 39 minutos, Camacho apareceu na ponta direita, deu corte seco para trás e viu a bola bater na mão de Liziero, que deslizava em carrinho. O árbitro assinalou pênalti e Guilherme converteu com categoria.

Responsabilidade para Rodrigo Caio

Em um dos camarotes do Morumbi, o técnico Tite se posicionou para observar o zagueiro Rodrigo Caio. O são-paulino esteve presente na última convocação para a seleção brasileira, ficou no banco de reservas no amistoso contra a Alemanha, em março, e agora espera ser chamado para a Copa do Mundo de 2018.

Papéis invertidos

Se no primeiro tempo a pressão foi são-paulina nos minutos iniciais, tudo se inverteu na volta do intervalo. O Atlético-PR retornou muito melhor, com trocas de bola envolventes e marcação adiantada. Logo aos seis minutos, a estratégia deu resultado. O lado direito da defesa tricolor foi dominado por triangulações e Pablo apareceu na linha de fundo para cruzar para Rossetto, que só empurrou para o gol vazio. E a virada só não veio quatro minutos mais tarde porque o chute de primeira de Carleto explodiu na trave de Sidão.

Chance para Diego Souza

Diego Souza não foi nem sequer relacionado para os dois jogos anteriores do São Paulo, um por opção e outro por estar com amigdalite. Isso não impediu o técnico Diego Aguirre, entretanto, de apostar no veterano em mais uma decisão na temporada. E por pouco o camisa 9 não foi letal em sua primeira participação: enfiada para Nenê, que chutou por cobertura para linda defesa de Santos. O goleiro atleticano foi bombardeado nos minutos seguintes, em finalizações de Rodrigo Caio e, de novo, Nenê.

Fase amaldiçoada

O São Paulo insistiu até o último lance da partida, inclusive com Santos realizando bela defesa em chute de Militão de fora da área. Não houve tempo, porém, para evitar a queda. Pelo segundo ano consecutivo, o time do Morumbi foi eliminado na quarta fase da Copa do Brasil. Em 2017, o algoz foi o Cruzeiro, que venceu por 2 a 0 no Morumbi e passou mesmo perdendo por 2 a 1 no Mineirão.

Foto: Marcello Zambrana/Agif (Via UOL)

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