Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras

Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras

Em meio à mesmice dos programas esportivos de início de tarde, uma declaração do volente e agora zagueiro Felipe Melo saiu do lugar comum nesta segunda-feira, 27/07.

Em entrevista ao Seleção Sportv, o jogador do Palmeiras mostrou um outro lado de sua personalidade controversa, que o leva muitas vezes a cometer atos violentos.

Jogador marcado por deixar o Brasil com dez jogadores no gramado em jogos decisivos de mundial (foi expulso ao pisar no holandês Arjen Robben, da Holanda, na eliminação brasileira, na Copa de 2010), além de outras atitudes destemperadas, fez por merecer e, por enquanto, ainda faz, ser chamado de Pit bul.

Pois que o pit bull do Verdão que, em seu vasto histórico também exibe a façanha de ter enfrentado vários jogadores uruguaios em pleno gramado em Montevideu, em guerra campal inesquecível pela Copa Libertadores da América de 2017, deu claros sinais de que está em busca da harmonia emocional que poucos imaginavam que ele pudesse querer buscar.

O mesmo jogador que em sua apresentação ao Palmeiras disse que não pensaria duas vezes para “bater na cara” de uruguaio em campo, disse que está em busca de equilíbrio emocional.

E falou que está conseguindo.

“Tenho conversado muito com o meu mentor (Thiago) e isto está me fazendo muito bem. Sempre fui bom pai, bom marido, tenho muitos amigos. E não tinha sentido chegar no Palmeiras para treinar e não cumprimentar pessoas, inclusive repórteres, que estão lá todos os dias. Fazem parte do meu dia a dia. Estou mais calmo, com a graça de Deus”, contou.

Foi uma resposta a uma pergunta feita pelo repórter Andre Hernan, que fez referência à mudaça de comprotamento do jogador fora e dentro de campo.

Antes, Felipe Melo já havia driblado com categoria à uma “provocação” do comentarista Paulo Vinícius Coelho.

PVC, ao comentar o gol sofrido pelo Palmeiras no jogo com o Água Santa, insinuou que houve erro do meia Zé Rafael no lance.

Felipe Melo fez questão de inocentar o companheiro de time.

“Não dá para culpar ninguém. O erro foi coletivo”, disse, desviando-se com elegância da pergunta maliciosa de PVC.

Aos 37 anos, o dublê de volante e zagueiro mostra, enfim, o equilíbrio que em sua longa carreira não conseguiu mostrar.

Não há culpados neste enredo cruel.

Se Melo não mostrou equilíbrio antes foi porque não tinha condições emocionais para tal.

A busca por um “mentor” – um terapeuta, na verdade -, só foi feita agora porque só agora Felipe Melo tem condições psicológicas de entender, incorporar, e entrar em contato com suas mazelas.

Ou seja, chegou o momento de domar seus demônios.

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