Como definir quem é prioridade em um panorama como este?

Como definir quem é prioridade em um panorama como este?

A principal pergunta da humanidade e que segue sem resposta é quando iremos encerrar esta pandemia. Esta é uma incógnita que aflige todo o planeta, que sonha ver encerrado um capítulo dramático da nossa história.

Em um cenário em que se contabilizam cada vez mais número de casos e mortes pela covid-19, não é de se espantar que cada país tente resolver o seu problema, busque soluções para amenizar a dor e o sofrimento do seu povo. No Brasil, demoramos uma eternidade para tomar decisões e estamos pagando um preço elevado pelo negacionismo à ciência.

Mas tem muita gente se mexendo em busca de uma saída para que o seu negócio não sofra, e um destes segmentos é o futebol. Esta semana a Conmebol anunciou que irá receber uma doação de 50.000 doses da chinesa Sinovac, que produz a CoronaVac, para imunizar o “mundo do futebol” no continente sul-americano.

Claro que quanto mais agilidade na imunização da população mundial, mais rapidamente sairemos deste pesadelo. Mas como definir quem é prioridade em um panorama como este? Se é difícil uma resposta, não parece ser complicado acreditar que o “mundo do futebol” não merece ter este privilégio. Antes de jogadores e quem está por trás do esporte, há muitos outros grupos com mais necessidades de vacinação do que os atletas. Por que o futebol se julga mais importante do que outras categorias? Não é. 

Além disso, não convence o discurso de que a Conmebol recebeu as 50.000 doses como doação. No momento em que o mundo luta por algumas poucas dosagens neste escasso mundo das vacinas, custa crer que uma confederação de futebol seja agraciada com um donativo, uma caridade.

É fato que o futebol forte gera muitas receitas e emprega um batalhão importante em todo o mundo, mas não se pode pular etapas. O problema é de todos e cada um precisa dar sua parcela de contribuição para que o planeta saia desse pesadelo junto. Se cada grupo prioritário resolver dar um jeitinho, os menos favorecidos e aqueles mais frágeis certamente pagarão um preço elevado pela ganância dos outros. O futebol pode esperar. 

 

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