Por que o Rio tem se esforçado tanto para recuperar os jogos do Campeonato Carioca? Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Por que o Rio tem se esforçado tanto para recuperar os jogos do Campeonato Carioca? Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Com o controle da pandemia do novo coronavírus ainda longe de ser normalizado no Brasil, o mundo do futebol vai buscando caminhos para retomar o trabalho. Estados como Rio Grande do Sul e Paraná, onde o enfrentamento da doença se deu de maneira mais racional, autorizaram a volta dos clubes aos treinos, mas com o afrouxamento das regras de distanciamento social e o aumento do número de novos casos, foram obrigados a recuar e a volta dos jogos nestes lugares se tornou uma incógnita.

Assim, a pergunta que fica é: por que o Rio de Janeiro tem se esforçado tanto para recuperar os jogos do Campeonato Carioca? Ainda com números crescentes de mortos e novos casos e um sistema de saúde sempre perto do limite, parece ser irracional pensar em bola rolando em terras fluminenses.

E aqui não se discute o protocolo de cuidados adotado pelos clubes, recheado de ótimas intenções e cuidados para que seja preservada a saúde dos jogadores, membros das comissões técnicas e demais funcionários. A discussão é baseada em apenas um fato: humanidade.

Nenhum gol de placa vale mais do que uma vida. Nenhum drible desconcertante importa mais do que um ser humano devolvido curado à sua família. Nenhum Maracanã imponente é mais vale mais do que uma UTI hospitalar funcionando plenamente. Assim, soa como gozação imaginar uma partida de futebol ao lado de um hospital de campanha com centenas de pessoas lutando pela vida enquanto 22 jogadores brigam por três pontos na tabela de classificação.

Que haja bom senso e humanidade neste momento, mesmo reconhecendo que a economia dos clubes, assim como a de tantos setores de atividade, precisa ser recuperada. Haverá tempo para isso. Sobrará espaço para muitos golaços. Mas não restará oportunidade para salvar vidas perdidas para o vírus mortal.

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