O fundamental é falar outra língua que não seja o português do Brasil. Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

O fundamental é falar outra língua que não seja o português do Brasil. Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

A recusa de três técnicos estrangeiros ao Palmeiras merece uma análise mais aprofundada. A impossibilidade de repor a vaga ocupada por Vanderlei Luxemburgo até recentemente chama a atenção. Por que um dos gigantes do futebol brasileiro ouviu tantos “nãos”?

Talvez haja uma série de motivos, mas alguns são mais perceptíveis. Diferentemente do que acontece com o profissional local, o estrangeiro parece ter uma afinidade maior em não encerrar ciclos e não embarcar em projetos duvidosos. Mesmo com valores mais vantajosos, os de fora mostram que apenas o dinheiro não é suficiente para uma sedução. Coisas que os nossos já deveriam descobrir há muito tempo. Plano de carreira, projeto de ascensão profissional. Talvez isso explique bastante o motivo de treinadores argentinos invadirem grandes clubes da Europa e os nossos se contentarem com os mercados bem menos importantes.

Outro aspecto que levanta dúvidas dos estrangeiros é o fato de que o dirigente brasileiro não conhece futebol. Muda de treinador – e de conceito – como troca a cueca, não permitindo trabalhos a longo prazo e a implantação de um método de trabalho. O melhor exemplo disso é o próprio Palmeiras, que em busca de qualquer estrangeiro para atender um desejo da torcida atira para todos os lados, podendo acertar um organizador de elencos e que gosta de jogar com a posse de bola, passando por outro que preza pela marcação forte, joga atrás da linha da bola e valoriza o contra-ataque. O fundamental é falar outra língua que não seja o português do Brasil.

Desse jeito vamos seguir nessa ladeira abaixo que se transformou o futebol tupiniquim dos últimos anos. Um eterno 7 a 1 dentro e fora de campo.

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