A partir desse dia, Tite se convenceu que até então havia escalado o paraguaio em uma posição onde rendia menos

A partir desse dia, Tite se convenceu que até então havia escalado o paraguaio em uma posição onde rendia menos


Dassler Marques
Do UOL, em São Paulo

O clássico entre Corinthians x São Paulo no domingo (16) é oportunidade para Ángel Romero se firmar definitivamente como realidade de 2016. Em alta, o paraguaio é goleador da equipe na temporada com 14 gols marcados, uma ascensão que teve início mais precisamente no fim do ano passado. Exatamente diante dos são-paulinos.

Uma mexida de Tite, que insistia em utilizar Romero como centroavante nas poucas vezes em que recorria a ele, realizou uma mudança com o paraguaio durante o clássico que terminaria com Corinthians 6 x 1 São Paulo, em novembro, pelo Brasileirão passado. Nesse dia, o atacante foi um dos reservas escalados por Tite, já que os corintianos tinham conquistado a Série A três dias antes.

Quando o Corinthians abriu 2 a 0 de vantagem no placar, Tite fez uma inversão. Carlinhos, lateral do São Paulo naquele dia, passou a atacar muito. Danilo, o corintiano responsável por marcar no setor, sofria para acompanhá-lo. Foi quando o treinador alvinegro fez uma inversão para ter mais fôlego na recomposição e um contra-ataque melhor: Romero deixou de ser centroavante, foi escalado na ponta direita e terminou o clássico com dois gols e um pênalti sofrido.

A partir desse dia, Tite se convenceu que até então havia escalado o paraguaio em uma posição onde rendia menos. No início do Brasileirão, Romero foi titular por quatro jogos seguidos como centroavante (Palmeiras, Grêmio, Joinville e Internacional), não fez nenhum gol, se cansou de perder oportunidades e irritar torcedores. Foi justamente o período mais difícil no Brasileiro 2015, logo após a eliminação para o Guaraní-PAR na Copa Libertadores.

Já como ponta direita, Romero iniciou 2016 como titular após as saídas de vários jogadores importantes. Oscilou em alguns momentos, mas Tite nunca mais pensou nele em centroavante. Quando perguntado em entrevistas coletivas se o paraguaio seria solução para a má fase de André, sequer considerou a alternativa.

Cristóvão Borges, por sua vez, percebeu tudo isso mais rápido. Provavelmente, alertado por outros membros da comissão técnica. Na estreia dele, Romero foi centroavante diante do Atlético-MG, que venceu por 2 a 1. O paraguaio teve uma de suas piores atuações no ano, mas passou a jogar melhor a partir dos jogos seguintes quando voltou à beirada do campo. Diante do Flamengo, em especial, fez dois gols, deu assistência para outro e ainda participou de mais um. Cristóvão admitiu publicamente que não pensava mais nele como número 9.

No clássico contra o São Paulo, Romero estará em condições favoráveis. Não só por jogar no setor em que rende melhor, mas também no estádio onde viveu seus melhores momentos. Com 14 gols na Arena Corinthians, o paraguaio está a um de Paolo Guerrero, o principal goleador da breve história da nova casa corintiana.

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