Não dá para explicar o inexplicável

Não dá para explicar o inexplicável

Assisti ao jogo do São Paulo contra o São Bernardo. Fui guerreiro, pois não tá fácil ver aqueles 11 lá, não. Mais engraçado foi ouvir Noriega tentando explicar Ganso. “Temperatura”, “morno”, “entrar mais no jogo”, “aquele Ganso de antes”.

Sejamos razoáveis. O São Paulo gastou mais do que devia em um cara que fez meia temporada excelente (2010) e viveu de lampejos. Quem acompanhou de perto o meia desde a subida dele ao profissional, em 2008, sabe que ele sempre foi isso aí: lampejos. É a diferença entre o gênio e o craque. Ele é gênio, pode decidir uma partida. Mas entre o “pode” e o “faz”, ele fica muito mais no “pode” do que no “faz”.

Ninguém mais o pede na seleção. Muricy já mostrou (em dois times grandes diferentes) que não sabe onde escalar o cara e a única instrução que ele tem capacidade de dar é: “entre mais na área”.

Jadson, que foi para o Corinthians, é mais “transpiração” que Ganso. Em dois jogos por lá, mostrou que precisava de espaço no São Paulo. Entendo que ele nunca tenha sido o meia dos sonhos da torcida tricolor, mas com certeza ele tinha lugar nesse meio campo fraquinho, fraquinho do São Paulo. Onde cabe um Maicon, um Rodrigo Caio e um Denílson, claro que cabe um Jadson!

O São Paulo vai mal por causa de Ganso. Ganso vai mal por causa do São Paulo. Esse elenco é fraco e, depositando tanta confiança e responsabilidade nos pés (ou joelhos) de Ganso, não vejo muita melhora por aí. Mais um ano difícil para o são-paulino, penso.

Rafael Gonçalves é jornalista, locutor, escritor de fundo de gaveta, chef de churrasqueira, cantor de chuveiro e ex-goleiro. Mestrando em Comunicação e Inovação pela USCS, amante de futebol das bolas redonda e oval, baseball e quatro rodas acelerando. Roqueiro apaixonado por Michael Jackson e Frank Sinatra. Sigam no www.twitter.com/faelgo.

Foto: UOL

Últimas do seu time