Por Airton Gontow
Texto escrito em 2005 que publicamos agora em homenagem aos 15 anos da “Batalha dos Aflitos”
Quando o primeiro homem deixou os limites de nosso planeta, lá do espaço sideral anunciou para a Humanidade: “a Terra é Azul”. Anos depois, quando os astros do Grêmio voaram um pouco menos, para Tóquio, responderam ao famoso astronauta: “Você está GAGArin! A Terra não é só Azul. É Azul, Branca e Preta!”
O Grêmio é um campeão do mundo. E talvez seja por isso que para o time, para a torcida e para o Clube não foi demérito algum disputar a Segunda Divisão. Afinal, um verdadeiro dono do mundo deve saber caminhar pela Champs Elysées e da mesma forma desvendar os mistérios de uma pequena ruela de Santa Bárbara D´Oeste. Um verdadeiro dono do Planeta da Bola deve saber conquistar títulos no Morumbi, no Maracanã, no estádio A. Girardot de Medelin e no Estádio Nacional de Tóquio, mas também buscar a vitória do fundo da alma no acanhado estádio dos Aflitos.
Nós, legítimos campeões do mundo, bem sabemos que não existem conquistas fáceis e que todas devem enaltecidas, quando bravas. É possível ter sucesso no desembarque da Normandia e perder a guerra no atoleiro do Vietnã. É possível derrotar a estupenda máquina de guerra da Alemanha Nazista e bater em vergonhosa retirada no Afeganistão.
Para nós, gremistas, o título da Segunda Divisão é tão heroico quanto o Mundial de Tóquio. Como em muitos momentos da nossa história, foi uma façanha conquistada com sangue, suor e muitas lágrimas.
Agora, o mundo é inteirinho nosso. Podemos dizer, orgulhosamente, que fomos aos jogos de nosso time de avião, trem, ônibus, carro, moto, lambreta, bicicleta e de muito mais maneiras. Até mesmo porque, como bem disse Lupicínio Rodrigues, “até a pé nós iremos para o que der e vier, mas o certo é que nós estaremos com o Grêmio onde o Grêmio estiver”.
Airton Gontow, 58 anos, é jornalista, cronista, diretor do site de relacionamento Coroa Metade e gremista fanático (não é doente, porque, segundo diz, “doente é quem torce pelo Internacional”).
