Aos 23 anos, o jogador completa um ano como capitão e camisa 10 da seleção brasileira, a maior vencedora em copas do Mundo de toda a história

Aos 23 anos, o jogador completa um ano como capitão e camisa 10 da seleção brasileira, a maior vencedora em copas do Mundo de toda a história

Danilo Lavieri
Do UOL, em Nova Jersey (EUA)

A festa não foi como Neymar imaginava, mas o feito é para ser comemorado. Aos 23 anos, o jogador completa um ano como capitão e camisa 10 da seleção brasileira, a maior vencedora em copas do Mundo de toda a história.

A data foi marcada com uma quase inédita aparição do craque do Barcelona quando o assunto é representar o país: no banco de reservas. Suspenso do início das Eliminatórias para Rússia 2018, ele assistiu aos seus companheiros vencerem a Costa Rica por 1 a 0, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, por 1 a 0. Hulk fez o gol. Ele jogou só 10 minutos e, ao deixar o gramado, avisou: "Não quero me acostumar com isso".

Foi a segunda vez que isso aconteceu na atual Era Dunga. A última havia sido em junho, na preparação para a Copa América. Na ocasião, no entanto, ele havia recém-chegado de uma viagem da Europa após jogar, ganhar e comemorar bastante o título da Liga dos Campeões com o Barcelona.

Dunga tem deixado de lado a pressão que sofre da imprensa, da torcida e até dos organizadores do jogo para escalar seu principal jogador. Sua preocupação central até agora tem sido preparar a equipe para enfrentar o Chile e a Venezuela, no início daquela que todos esperam como uma competição difícil e com a chance de contar até com pancadaria.

O treinador escolheu Neymar como liderança técnica, não necessariamente como liderança de grupo. Deixou Thiago Silva, capitão da última Copa, de lado. Nem mesmo convocou o zagueiro para os últimos amistosos. A ideia é tirar o peso que ele mesmo considera eterno do vexatório 7 a 1 para a Alemanha na semifinal do Mundial no Brasil.

O jogador parece ter o respeito absoluto do grupo. Melhor exemplo é que Miranda correu imediatamente em direção a Neymar para dar a faixa de capitão tão logo o camisa 10 apareceu na beira do gramado para entrar no jogo.

Ele também serve até de guia para os novatos, como é o caso de Rafinha. "Não me importa o que ele fez na Copa América, ele é o nosso capitão. É assim que todo o grupo trata. Ele merece respeito, a nossa amizade fica de lado nessa hora", destacou Rafinha no início da semana de preparação nos Estados Unidos.

Em 12 meses de capitania, Neymar disputou 13 jogos, fez nove gols, tomou três cartões amarelos e um vermelho, justamente no jogo em que mostrou que o psicológico ainda não é seu forte. Ele perdeu a cabeça contra a Colômbia, acertou uma testada e uma bolada em adversários, xingou o árbitro e não foi contido nem mesmo pela comissão técnica na Copa América. Episódio que serviu para aprender uma lição, segundo o próprio jogador gosta de falar em entrevistas.

Apesar da decepção com o ato, Dunga e sua comissão sabem da importância de Neymar para o grupo. A CBF tenta diminuir a punição sofrida por ele para as Eliminatórias na última instância possível, apesar da pouca chance de sucesso.

Enquanto isso, Neymar deve seguir de castigo no banco de reservas. Para o desespero dele mesmo e dos torcedores. Para a sorte dos adversários.

Foto: UOL

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