Não é difÃcil você encontrar nas áreas reservadas ao Palmeiras nos jornais esportivos declarações de jogadores ou comissão técnica reclamando da eterna briga polÃtica do clube. Mas, afinal, o que é esse desentendimento das pessoas que administram o Verdão? Por que ele ocorre? Quando começou?
Para entender melhor tais brigas polÃticas, é preciso voltar no tempo e saber alguns detalhes da história palmeirense. O curioso é que os desentendimentos no clube começaram antes de o mesmo de ser fundado. Uma semana, exatamente. Isso porque uma parte dos fundadores queria criar apenas uma agremiação de futebol, enquanto a outra parte fazia questão de que houvesse também um clube social.
Após o imbróglio no inÃcio de sua história, o antigo "Palestra Itália? conseguiu ter uma administração tranqüila e faturar diversos tÃtulos em sua trajetória, inclusive para ser considerado, até hoje, um dos clubes mais vitoriosos da história do futebol mundial. No entanto, no final dos anos 70, com a saÃda do presidente Paschoal Giuliano e a morte do também ex-mandatário Delfino Facchina, se iniciou no Parque Antártica uma discussão polÃtica que até hoje tem seus resultados sentidos no clube.
Ambos dirigentes citados anteriormente entendiam que os principais investimentos deveriam ser feitos no futebol profissional. Assim, com o retorno conseguido, poderia se pensar nos gastos com o clube social. Com a saÃda dos dois, se iniciou uma divergência de pensamentos, de um grupo que acreditava ser mais importante investir No clube em geral, enquanto outro defendia que o dinheiro deveria ser aplicado no esporte bretão.
Antes desse perÃodo, a agremiação de origem italiana tinha, sim, uma oposição. Mas que ainda se entendia bem com os integrantes da situação. Tanto que, o termo "terminar em pizza? foi criado pelo histórico jornalista Milton Peruzzi, para se referir aos intermináveis debates entre as partes, que, no final das contas, sempre acabavam se entendendo.
Nos anos 80, oposição e situação já não falavam a mesma lÃngua, e o Palmeiras passou a viver um jejum de tÃtulos. Já nos anos 90, ainda tendo como presidente Carlos Bernardo Facchina Nunes, o Palmeiras assinou um contrato de co-gestão com a Parmalat, o primeiro acordo do tipo no futebol brasileiro.
Com a Parmalat, a "Academia de Futebol? foi remontada e voltou a criar grandes times e a faturar tÃtulos, que não vinham desde o Paulistão de 1976. Durante a co-gestão da empresa, de 1992 a 2000, o Verdão conquistou uma Libertadores da América, dois Campeonatos Brasileiros, uma Mercosul e três Campeonatos Paulistas.
No entanto, o clube iniciou o ano de 2001 já sem a parceira, e o Palmeiras voltou a usar a polÃtica do bom e barato. A conta por essa mentalidade foi paga logo no ano seguinte, com o rebaixamento da equipe para a segunda divisão.
Desde então, Mustafá Contursi deixou o poder, depois de 11 anos, e passaram pela presidência Affonso Della Mônica, Luiz Gonzaga Belluzzo e Arnaldo Tirone. O clube ainda teve um lampejo de seus áureos tempos, em 2008, quando, também em parceria com uma empresa, desta vez a Traffic, foi montado um time competitivo, que faturou o Paulistão daquela temporada, o único tÃtulo de grande porte desde a Libertadores de 1999.
E, tendo em vista que nos últimos anos o clube apenas brilhou com parcerias, parte da oposição pede que os dirigentes alviverdes deixem os holofotes e permitam que o futebol seja gerido por terceiros, sejam profissionais contratados pelo clube, ou responsáveis por uma empresa, como ocorreu na "Era Parmalat".
No entanto, outro grupo acha que o investimento tem que ser no clube social, outro acredita que a agremiação deva adotar as eleições diretas, outro que a melhor solução é entregar (ou inventar) fatos internos para a imprensa... Ou seja, "milhares? de conjuntos espalhados em apenas um clube que querem seguir por direções diferentes, fazendo apenas com que o Palmeiras ande para trás. E quem "paga o pato?, todos já estão cansados de saber.
Colaborou o historiador Jota Christianini
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