Tricolor se torna bicampeão gaúcho, com mérito, mesmo vencendo o título nos pênaltis

Tricolor se torna bicampeão gaúcho, com mérito, mesmo vencendo o título nos pênaltis

Não gosto de títulos decididos por pênaltis, haja vista que são alcançados com a utilização de apenas dois fundamentos do futebol: chutar e defender, o que - convenhamos - é de certo modo aleatório. 
 
Mas esse título do Gauchão conquistado pelo Grêmio, nesta quarta-feira, mesmo sendo alcançado na "loteria" das penalidades, foi lídima expressão de mérito posto que ficou com aquele clube que realizou a melhor e mais consistente campanha ao longo do campeonato. 
 
Como a maioria sabe, o tricolor, além de ter somado mais pontos na competição, chegou ao final dela de forma invicta e com apenas 1 gol sofrido, o que talvez não encontre similar em nenhuma outra conquista de certames com esse número de clubes. 
 
Por outro lado, há que ser dito que o Internacional, por seu crescimento futebolístico nos últimos meses, valorizou sobremaneira o bicampeonato do Grêmio, disputando o título de igual para igual, sem se deixar derrotar nos dois clássicos decisivos da competição. 
 
Arrisquei dizer em comentário anterior que, mesmo com o crescimento colorado, o Grêmio ainda mantinha um certo favoritismo para essa conquista, por ser uma equipe bem constituída há mais tempo, sob o comando de Renato Portaluppi, que conhece o time que comanda como a palma de sua mão. 
 
A  atual supremacia gremista sobre o rival colorado, que agora é tênue, repousa fundamentalmente  no sistema defensivo, já que o tricolor gaúcho possui em seu elenco aquela que considero a melhor dupla de zagueiros do mundo, integrada pelos gigantes Pedro Geromel e Walter Kannemann.
 
Essa vantagem do time de Renato em relação ao de Odair Hellmann havia diminuído quando o Grêmio se desfez do formidável goleiro Marcelo Grohe, que havia se tornado uma espécie de "milagreiro" da meta tricolor, ajudando seu time de forma notável em suas últimas conquistas. 
 
Isso se fez notar na disputada da fase de grupos da Libertadores, em que o Inter de Marcelo Lomba se deu super bem, classificando-se antecipadamente para as oitavas de final do torneio, enquanto o Grêmio, do outro Paulo Victor decepcionou à toda prova, ainda correndo risco de eliminação precoce no certame continental. 
 
Por que fiz questão de intercalar a expressão "o outro" na referência ao atual goleiro titular gremista ?
 
Pela singela rezão de que aquele Paulo Victor da má jornada gremista nos primeiros jogos da Libertadores não tirou seu time nas costas, deixando de operar defesas exponenciais, tal como fazia Grohe, tendo permitido que os tiros fatais contra sua meta resultassem em gol, fazendo o estrago que fizeram na participação do Grêmio no limiar da Libertadores deste ano.
 
Mas, a partir desses grenais decisivos, aquele Paulo Victor não mais do que um bom goleiro virou a página e se tornou história do passado. 
 
É a esse novo Paulo Victor que deve ser atribuído o mérito maior da conquista oficial do Gauchão de 2019 pelo Grêmio,  na disputa direta diante do arquirrival. 
 
Além das excelentes defesas que fez no decorrer da partida, o goleiro gremista se revelou gigante na decisão por pênaltis , defendendo nada menos do que três penalidades cobradas pelo adversário, sem o que a taça do Gauchão, embora injustamente, teria ido para o Beira-Rio na presente temporada. 
 
Aliás, uma curiosidade dessa decisão é que os cobradores do Inter não erraram nenhum chute à meta, algo que aconteceu apenas entre os cobradores do Grêmio na cobrança de Everton, que fez lembrar Roberto Baggio com aquele chute em direção às nuvens, que deu a Copa de 1994 ao Brasil. 
 
O fator mais importante dessa conquista do Grêmio não foi o título conquistado, pois ele é pouco significativo e não servirá de consolo para eventuais fracassos nas importantes competições que sucedem os certames regionais. 
 
Foi, sem dúvida, a total afirmação do goleiro Paulo Victor, a grande revelação dessa decisão Gre-Nal, que representa o pontapé inicial para que a saída de Marcelo Grohe seja esquecida de uma vez por todas. 
 
O crescimento relâmpago desse goleiro foi de tal sorte representativo para o grupo de Renato Portaluppi, que me sugere dizer que, se Paulo Victor confirmar nos dois jogos restantes da fase de grupos da Libertadores a performance revelada na decisão do Gauchão, o tricolor tem mais de 90% de chance de passar às oitavas de final do torneio e figurar entre os favoritos à conquista do mais cobiçado troféu das Américas. 
 
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Foto: GRÊMIO

SOBRE O COLUNISTA

Lino Tavares é jornalista diplomado pela PUC/RS, especializado em jornalismo impresso, televisionado, radiofônico e cinematográfico, além de habilitação polivalente em Relações Públicas e Publicidade/Propaganda.

Possui, ainda, o Curso de Especialização em Comunicação Social do Centro de Estudos de Pessoal do Exécito (Rio-RJ) e o de Treinador de Futebol, pat... Saiba Mais

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