Tricolor perde de novo e se complica na Libertadores decepcionando sua torcida

Tricolor perde de novo e se complica na Libertadores decepcionando sua torcida

Salta aos olhos do menos atento observador que o Grêmio copeiro de toques de bola que venceu uma Copa do Brasil, uma Libertadores e uma Recopa Sul-Americana não existe mais. 
 
Esse fulgor gremista visto no Gauchão, goleando quase todos os times que cruzaram seu caminha na etapa classificatória,  não foi mais do que o fruto de uma supremacia de individualidades diante de adversários possuídos de plantéis modestos do ponto de vista qualitativo e quantitativo. 
 
No teste derradeiro representado pela dureza da Copa Libertadores, o tricolor foi reprovado de forma surpreendente, somando apenas um ponto nos três jogos de ida da fase de grupos, marcando apenas 1 gol e sofrendo 3.
 
Não vou iludir a torcida gremista, dizendo aqui que o Grêmio ainda tem chance de passar para a próxima etapa da Libertadores, porque isso seria irresponsabilidade.
 
Se do ponto de vista matemático essa possibilidade ainda existe, no terreno das probabilidades isso só poderá acontecer por milagre.
 
Misturando política com futebol, eu diria que é mais fácil o Congresso Nacional aprovar a  reforma da previdência proposta pelo governo de Bolsonaro do que o tricolor gaúcho figurar entre os classificados para as oitavas de final da Libertadores.  
 
A derrota gremista nesta quinta-feira por 1 a 0 para o Universidad Católica do Chile, em Santiago, permite dizer que tudo o que resta ao torcedor do Grêmio no torneio continental é secar o rival colorado, que é líder de seu grupo e está com o passaporte praticamente carimbado para a próxima etapa do torneio.. 
 
Existem explicações plausíveis para a queda brutal do esquadrão gremista e elas estão umbilicalmente ligadas a erros da diretoria na sua política de comprar e vender jogadores em 2019.  
 
O Grêmio não foi feliz nas suas recentes contratações, pois nenhum dos reforços que trouxe este ano para acrescentar qualidade ao time correspondeu as expectativas em relação  ao custo-benefício correspondente ao tanto quanto custou. 
 
Em assim sendo, esses jogadores importados mais atrapalharam do que ajudaram o técnico gremista na montagem do time ideal para enfrentar os desafios das grandes competições.
 
Por serem jogadores relativamente caros tiveram que entrar no time, já que mantê-los no banco de reservas seria visto como um desperdício de dinheiro por parte da diretoria que os contratou.
 
A titularidade forçada desses atletas de nome representou uma sombra para jovens promessas como  Jean Pyerre, Pepê e outros,  tirando-lhes a chance de conquistar um lugar ao sol, ocupando um espaço permanente na equipe principal.
 
Vivendo o dilema  de escalar ou não os atletas vindos da base, ainda que para isso tivesse que sacrificar jogadores contratados a peso de ouro , Renato perdeu o timoneiro da nau tricolor, levando-a a uma situação de naufrágio iminente no mais importante certame das Américas. 
 
Outra razão que explica até certo ponto a má jornada gremistas na Libertadores repousa em dois péssimos negócios feitos pelo clube, desfazendo-se de atletas fundamentais ao esquema como Ramiro e Marcelo Grohe.
 
Mesmo sem ser um craque na acepção do termo, o volante gremista que também atua como lateral, era homem de confiança de Renato, cumprindo com extrema eficiência  as determinações táticas do técnico e liderando companheiros para que também as cumprissem. 
 
A ausência gremista mais sentida nesta temporada, contudo, tem sido a de Marcelo Grohe, que tinha se tornado uma espécie de milagreiro do arco tricolor, praticando defesas  dificílimas que garantiram ao Grêmio importantes vitórias por escassa margem de gols, tanto na conquista da Copa do Brasil em 2016 quanto na da Libertadores em 2017. 
 
Arrisco dizer, sem medo de errar, que dos três gols que o Grêmio levou na Libertadores deste ano,  pelo menos dois teriam sido defendidos por Marcelo Grohe, evitando assim o mísero empate e as duas derrotas que o colocam na humilhante condição de vice-lanterna de sua chave. 
 
Paulo Victor é um bom goleiro, mas não passa disso. Faz defesas até certo ponto difíceis, mas não alcança aquele elevado nível técnico que torna goleiros como Marcelo Grohe peças imprescindíveis nas vitórias apertadas em que não levar gols faz a diferença. 
 
Fale com nosso comentarista Lino Tavares: Portal Terceiro Tempo, Rede de Mídia Brasil Online  (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte). Rede de Mídia Internacional Online (New York, Paris, Londres, Roma e Madrid), Revista Eletrônica GibaNet.com (São Paulo), Site Cota Jurídica.com (São Paulo),  Jornal Expresso Minuano-RS. Facebook: Lino Mídia Celebrities e Planeta Arte - Estrelas. E-mail: jornalino@gmail..com
 
Foto: UOL

SOBRE O COLUNISTA

Lino Tavares é jornalista diplomado pela PUC/RS, especializado em jornalismo impresso, televisionado, radiofônico e cinematográfico, além de habilitação polivalente em Relações Públicas e Publicidade/Propaganda.

Possui, ainda, o Curso de Especialização em Comunicação Social do Centro de Estudos de Pessoal do Exécito (Rio-RJ) e o de Treinador de Futebol, pat... Saiba Mais

Arquivos