O podemos esperar do esporte brasileiro. Foto: Divulgação

O podemos esperar do esporte brasileiro. Foto: Divulgação

Por João Antonio de Carvalho

Após as emoções da Copa do Mundo, o país já pode começar a pensar na próxima edição dos Jogos Olímpicos, em 2020, em Tóquio, no Japão, mas sem a mesma intensidade que aconteceu antes da olimpíada disputada no Rio de Janeiro.

Em 2014 o Brasil disputou todas as modalidades, com exceção do Hóquei Sobre a Grama feminino, cuja preparação foi preterida para melhorar as condições do time masculino. Para Tóquio várias modalidades terão muita dificuldade para alcançar vaga para o evento.

Só para se ter uma idéia, o Comitê Olímpico Brasileiro, hoje dirigido pelo ex-presidente da Confederação de Judô, Paulo Wanderley, acredita que o país deverá ter algo em torno de 250 a 260 atletas, número bem inferior aos 465 atletas de 2014.

O investimento também foi drasticamente cortado, tanto de verbas públicas como as de patrocinadores. Além disso algumas confederações vivem problemas e não estão nem recebendo a sua parte da Lei Agnelo/Piva, devido as gestões ruins de seus dirigentes.

Mesmo com todos esses problemas dá para ser otimista em relação ao número de medalhas para 2020, principalmente pela entrada de três esportes onde o país é potência: Surfe, skate e caratê.

No surfe temos nomes como os campeões mundiais Gabriel Media e Adriano de Souza, o Mineirinho, Filipe Toledo e Ítalo Ferreira, entre outros. No skate, nomes como Pedro Barros, Kelvin Hoefler, Luan Oliveira e Letícia Bufoni estão sempre disputando títulos. E no caratê tem Douglas Brose, duas vezes campeão mundial, e Valéria Kumizake, vice em 2016.

Alguns esportes continuam sendo as maiores esperanças de medalha, como o judô, hoje muito mais no feminino do que no masculino, e o vôlei, tanto de quadra como de praia. Dificilmente o país vai deixar de ganhar medalhas nessas modalidades.

Atletas que conquistaram medalha no Rio 2014 e seguem no mesmo nível podem brigar, como Isaquias Queiroz, na canoagem e Martine e Kahena na vela. Aliás o iatismo sempre foi um esporte de ponta, onde tem chance também Jorge Zarif, da Finn. Outros terão mais dificuldade em se manter, como Felipe Wu, no tiro, e Maicon Siqueira, no taekwondo.

No atletismo e na natação a expectativa também é boa. No atletismo após o ouro de Thiago Braz no Rio, vemos o crescimento de nomes como Núbia Soares e Almir Júnior, no salto triplo, de Darlan Romani, no arremesso de peso, de Gabriel Constantino, nos 100 metros com barreiras, e de Thiago André, nas corridas de fundo.

Na natação além da regularidade de Bruno Fratus, nos 50 metros, e no crescimento do revezamento 4 x 100 masculino, teremos novamente e oportunidade de Ana Marcela Cunha repetir nas maratonas aquáticas o feito de Poliana Okimoto.

A ginástica, decididamente consolidada no país, também pode sonhar com mais conquistas. Arthur Zanetti segue entre os melhores, Arthur Nory vai com mais experiência, e no feminino as jovens Thaís Fidélis e Flávia Saraiva, ao lado de Rebeca Andrade são destaque.

Nos esportes coletivos, fora o vôlei, a maior expectativa fica novamente com o futebol, sempre favorito no masculino, e entre eles no feminino, que já garantiu vaga para os Jogos e terá mais tempo de preparação. Não acredito em surpresas no handebol e no basquete.

E como vem acontecendo nas últimas olimpíadas, novos nomes podem surpreender, como Henrique Avancini, que vem tendo ótimos resultados no MTB, Hugo Calderano, crescendo cada vez mais no tênis de mesa, Ana Sátila, na canoagem slalom e Beatriz Ferreira, no boxe.

A partir de agora serão 740 dias para que os atletas brasileiros primeiro alcancem suas vagas e depois  sonhar com medalhas. Apesar do investimento menor não devemos ficar tão pessimistas, o número de medalhas deve se manter no mesmo patamar em 2020. Que venha logo Tóquio 2020.

SOBRE O COLUNISTA

Jornalista com passagens pela Rádio Jovem Pan, Sportv e Fox Sports é especialista em esportes olímpicos.

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